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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Ninguém me avisou.

Tenho algumas mães por perto. E são mães de primeira viagem; é lindo ver a expectativa da mãe, é lindo ver o rostinho do baby. Mas desde a gravidez a gente já se depara com coisas que manual nenhum nos ensinou a lidar.

-----Quero deixar claro que estou aqui falando de mães que como eu, não contaram com baba , até pelo menos o primeiro ano do filho. Nada contra as que tem , mas não posso representá-las completamente, simplesmente porque não vivi essa realidade.-----


Me avisaram que filho muda tudo. Que transforma a vida da gente. Que as noites nunca mais serão as mesmas e que se passa a ver as coisas de uma outra forma. E de certa forma essas informações já são assustadoras e nós na imensa onda de idiotice que somos tomadas acreditamos que ter filhos significam isso aí mesmo.


Hoje, eu com dois filhos, já olho tranquilamente para uma situação pós-filho, porém com mágoas de ninguém ter me dito exatamente COMO TUDO PODE MUDAR tão drásticamente, ninguém me disse o quão angustiante  é amamentar, nunca me falaram o processo que vai da dor, à dependencia do filho , até o doloroso desmame. Amamentar é lindo, e delicioso, mas antes de ser assim é de longe a pior parte desse processo.

 Ninguém me dissse por exemplo, que por melhor que seja seu companheiro e por mais que partilhe de tudo, por mais que seja de fato um companheiro...a avalanche hormonal passa por nós causando estragos que sentimos de forma bem particular. Além de que, a vida da gente muda por dentro de nós de forma que ir na padaria é algo a ser comemorado, deliciado e aproveitado como momento de alforria,por diversos motivos:

- Porque fazer pequenas coisas ( que os homens continuam a fazer , porque alguem precisa sair pra comprar coisas necessárias) é algo realmente dificil. Primeiro a gente se recupera do parto, depois a gente regula as mamadas do bebe , depois encaramos os medos do pós-parto, depois reaprendemos a nos permitir, ir ali na padaria.... sabe a padaria? Coisa que nem gostávamos de fazer, por que tinhamos coisa muito melhor pra fazer? Pois é pra lá mesmo que recomeçamos a socializar com o mundo além das fraldas. Porque além de todo esse processo temos culpa. Que tal? Nos lascamos e ainda temos culpa. E como  sabemos ser crueis conosco... "Enquanto eu estou na padaria me divertindo meu filho está lá com a vó, que nem é a mãe...coitadinho... péssima mãe que sou." Ainda vem um fdp e me dá um discurso freudiano sobre trauma. Pro inferno todos, inclusive Freud.


Ninguém me falou que por mais amor que eu tenha pelo meu filho eu vou ter dias de não aguentar mais trocar fraldas. E aí se começar a contar a quantitade de atividades repetidas que fazemos por dia... vamos ser compreendida quando pedimos que pleoamordedeus alguém troque aquele bebe enquanto eu lavo a louça. Sim a louça também vira algo terapeutico (sem as mamadeiras).

Ninguém me disse extamente quantas noites eu teria que perder , e que no outro dia eu não dormiria pra recuperar a ressaca , ninguémme disse aliás que perder noite pra trocar fralda é muito , muito diferente do perder noite por uma farrinha , porque aliás não farreamos toda noite.... E ninguém me disse que os homens sofrem de um um mau súbito doe sono profundo irrecuperável, e que no final das contas somos nós e os bebes. Eu também confesso que não sabia , do gosto pela vida noturna agitada deles, se sabia o que eu não tinha era noção do estrago disso dia após dia.

Niguém nunca me disse o quão eu iria ficar irritada de além de tudo isso ter que pensar em ficar bonita , e deixar o bebe bonito pras visitas. Aliás se quer me disseram qeu teriamos epoca que colocariamos as visistas pra fora de tanta gente querendo ver o bebe e que alguns poucos meses depois estariamos perguntado : "Cadê todo mundo?"

Recentemente uma amiga muito querida recém parida me disse , em tom de apelo: "Como pode mudar? vc tem certeza que algum dia isso vai mudar?" Eu ri , egoistamente, eu ri porque ela me fez lembrar de mim quando achava que nunca mais na minha vida, a minha vida chegaria perto de ser como um dia foi. Eu olhava por futuro e não o via, era como se eu fosse cega mesmo. O que  eu via era o breu e as coisas que estavam ali , me cercando, me sufocando. Eu tentei explicar a ela isso tudo e que uma belo dia ela ia olhar pro lado e se ver sem aquelas tetas imensas, e ver que tavam tomando cerveja e fumando cigarro e olha: Sem culpa! E no outro dia ia acordar numa cama num lugar diferente , e olha: Sem filhos!
E a sensação é bem assim , é aí que conseguimos olhar pra trás pensar com um alivio oculto ( alguém nessa sociedade cretina que assuma que se sente aliviado por ser humano além de ser mãe): passou.

Lógico que mães, avós, e um bom companheiro (de verdade) do lado o trabalho prático fica muito mais suave e a padaria muito mais possível.  Porém , o processo interno é nosso, e só nosso, e por mais que tenhamos lido , por mais que eu tenha chegado perto do que você sentiu, muito provavelemnnte vc tem uma mágoa a mais , algo que foi mais dificil , algo mais complicado, mais doloroso e que pelos próximos 3 anos lhe fará pensar em nunca mais  mais ter filhos.
Mas se você não acredita em mágica ( eu acho que é  insanidade mesmo) , passará a acreditar quando passados três anos você carregar o bebe do vizinho com uma ponta esquisita de saudade dessa época e aí minha filha corra , porque muito provavelmente o proximo está muito perto e tudo será muito mais suave.

sábado, 23 de abril de 2011

Escudo

"Sai de si



Vem curar teu mal


Eu não tenho tempo pra falar teu nome



Eu não tenho nome pra você dizer


Meu café jamais vai matar sua fome


Nada que tu traga vai me apetecer


Sinistro parece que a gente se deu ao desfrute de nada


Tua tanga na manga do mágico falso


Tuas mãos na cartola teu corpo no palco






Traga pra cá tudo


Deixe teu ser mudo me fazer falar






Não contei ainda teus escudos surdos


Sabe que eu te estudo sem me aproximar


O teu santo gringo me mostrou teu mundo


Vi que no escuro tu fica a chorar


Se Shiva me disse pra ter paciência


Te pego no beco do sino da crença


Te assusto com a ira da minha demência






Traga pra cá tudo


Deixe teu ser mudo me fazer falar"





... Eu tenho andado puro sentir. Sinto coisas e e tenho saudades, como sempre tenho a sensação de que há algo no passado . Sei que essa sensação é ilusória e que a medida que o tempo vai passando cada vez mais vez que olhar para trás terei mais motivos para sentir saudades. Será que corro o risco de morrer de nostalgia?
Ás vezes eu olho para a minha vida e é como se eu tivesse em coma. Como se meu corpo vivesse algo e minha alma vivesse outra, quando eu estou assim eu preciso respirar e colocar as coisas em ordem dentro de mim.Eu estou longe de estar infeliz e tenho muito poucos motivos reais para estar insatisfeita. talvez o que mude não seja a satisfação, seja a motivação.
Se algo mudar em minha vida , dessa vez eu sei que é por uma necessidade minha. Eu estou diferente , e estarei cada vez mais, quando penso nisso e olho pro futuro imagino que em algum momento terei que escolher entre estar feliz e estar muito mais eu. Essa é uma escolha nada fácil quando existe uma construção inteira que depende de seu alicerce;
Em fim , algo aprendi ao longo dessa caminhada: paciência. Reflexão e permissividade consigo mesmo. Preciso voltar lá.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Deleuze e o Amor.

Ser e Estar.

Tenho pensado muito no verbo Estar. Antes era muito importante para mim Ser. Depois entendi que Ser é um só, e é estagnado, fixo, rígido. Limita. Estra transcende e multiplica. Eu estou hoje e posso não estar amanhã e voltar a estar de novo mais tarde , ou nunca; Isso é bem político. Acho que Ser é menos político do que estar , porém também avalio que pensar por essa ótica do que é ser poplítico já é um raciocínio hierarquizado.
Eu gostar de Estar e não Estar. Estar parcialmente e  às vezes , quase sempre, momentaneamente completamente. Isso é muito mais eu.

Hoje eu estou política
Estou gay
Estou mãe
Estou intelectual
Estou a parte
Estou frenética
Estou em paz
Estou sendo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

...Não queria, mas fui.

Fui lá eu. Depois de um domingo de corre-corre atrás de filho, fiz mais um imenso sacrificio pra cumprir uma parte essencial de avaliação da disciplina de Dança e Contemporaneidade. Não que eu não tivesse interesse, mas poxa vida... domingo 8 da noite? E eu tenho tantas outras coisas que adoraria ir ver e não vou porque não tenho tempo... Em fim , fui.

Teatro Vila Velha. Toda vez q entro alí não sinto vontade de sair.

Tive muitos, muitos ganhos. A começar que revi um alguém que nunca tinha saído de minhas lembranças. Eduardo Matedi. Professor de filosofia de Jornalismo na FSBA. Pessoa incrivelmente única. Passamos momentos incriveis de construção de raciocínio.... Longos papos e café. Realmente, alguem que fez diferença em minha vida e que mais uma vez eu tinha perdido de vista. Na verdade tinha tanto tempo que eu não o via ,que não teria reconhecido sem suas longas madeixas, se simpaticamente ele não tivesse me parado para o reencontro. Delícia, papo, café, saudade... tempos, tempos, tempos. Muito bom. Breve e bom.

Depois entrei pro espetáculo do qual eu não sabia , nada. Normalmente procuro saber , e até tentei na internet , mas escrevia o nome errado e não achei nada.

"Isso aqui não é Gotham City" - Não vou falar sobre o espetáculo porque isso será um outro post.

Lá dentro várias pessoas da Ufba. Pessoas que em nada me identifico, risadinhas , oi , oi. e por fim encontrei alguém que na verdade é alguém que sempre passou como o amigo do amigo. Eu só, ele só , sentamos juntos e descobri mais um alguém que vale a pena um papo. Achamos a Teoria Queer entre nós. Uau. Adorei. E fiquei na vontade de prolongar o papo. Senti mesmo vontade de ficar , pessoas legais!!!Mas não deu. Um cigarro e tchau. É bom ser surepreendida positivamente. A cerveja fica pra próxima, em breve.

O post é só pra registrar e me fazer lembrar outras vezes que eu tiver com preguiça de viver coisas boas: Há sempre ganhos. Ainda bem que eu fui, ainda bem que acordei cedo, peguei meu buzu , vi minha mãe, e fui no Teatro. É essa vida que quero. Não posso me esquecer disso, os muros do laguar onde eu estou são muito confortáveis, convidativos e acomodam, e isso é péssimo.. o mundo é bem melhor.

Terça-Feira, eu topo tudo. E a partir de agora terei sempre um dia assim: Eu topo tudo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Carta para um Hétero.

Olha só. Nós somos diferentes.






Tudo bem. Já sei o que você vai dizer: mas nós somos todos diferentes. Ou então que nós temos um monte de coisas em comum, outras coisas em que somos bastante iguais. É claro. Mas eu não to aqui pra falar de todas as diferenças - nem das semelhanças. Tô falando dessa, essa aqui, essa agora. OK?





Portanto, nós somos diferentes. E quando digo somos, digo assim mesmo, no plural. Eu sou diferente de você, do mesmo jeito que você é diferente de mim. Não vá pensando aí que porque você tá hoje no topo dessa hierarquia social que eu sou O diferente, o diferente de VOCÊ. Porque eu não reconheço essa tua hegemonia, me rebelo contra essa tua norma e embora saiba que ela existe e o quanto ela é forte, trabalho todo dia contra ela. E não posso, nem quero, nem vou, reconhecê-la no discurso. Portanto, somos diferentes sim. Assim. No plural. Eu sou o seu outro. E você também é o outro de mim.





Você então vai começar a falar sobre o quanto nós somos parecidos, em tantas coisas. Bom, o negócio é o seguinte: Eu não quero ser igual a você. Não quero ser grosso, nem soar arrogante, mas vamos parar com esse monte de comparações. Então não venha com essa história de que nós amamos igual, nós nos relacionamos igual, nós sofremos igual. Porra nenhuma! Que é isso!





Nós não sofremos igual. Cada sofrimento é particular. E por mais que você já tenha sofrido com outros preconceitos, a discriminação não é algo que se acumule ou que se pontue. Cada um vai experimentar ela de um jeito. Por outro lado, eu também acho, pelo menos desconfio, que você também sofreu um bocado por conta das mesmas regras e normas que me fizeram viver tanta angústia. Mas nós vivemos lados diferentes dessa história. Não dá simplesmente pra dizer que é a mesma coisa.





Nós não nos relacionamos igual. Eu não sei se eu quero casar. Eu quero ter o direito de casar, o que é bem diferente. Mas também quero ter o direito de não casar! De querer viver junto, ou de ser solteiro a vida inteira, ou de ter uma relação por interesse, ou só por amor, ou só por sexo, a um, a dois, a três. Eu quero ter o direito de adotar um filho ou uma filha, ou de fazer um ou uma pelos meios que já existem. Mas também quero ter o direito de não querer ter filhos! De gastar todo o meu dinheiro comigo mesmo, numa vida cheia de luxúria e frivolidade!





Do mesmo jeito: Nós não amamos igual! Não tem como! Cada um ama de um jeito. Para alguns amor é apego, pra outros carência, pra outros entrega, pra outros cobrança, pra outros liberdade, pra outros compromisso. Então como assim "nós amamos igual"? Quem disse que só tem um jeito de amar? Quem disse que esse teu jeito aí é o certo? Quem disse que eu quero amar pra vida toda? Ou só uma pessoa? Ou juntar amor, sexo e conta pra pagar?





Além disso, não é bem de amor que a gente tá falando. Esse quadro quem pintou foi você. Afinal, quando você fala de amor, não precisa falar daquelas partes, daqueles pequenos detalhes, meio desagradáveis, do tipo que não se fala quando a nossa avó tá na sala. Mas não adianta. Entenda uma coisa, meu bem: além de todas as coisinhas bunitinhas, nós estamos falando é de sexo! É, isso mesmo, de paus, picas, bundas, bocas, peitos, pelos, pés, dedos, sêmen, couro, cordas, tapas, dois, três, quatro, quantos couber! Estamos falando de chupar, dar, comer, bater, lamber, cheirar, fuder, gozar!



Quantos quartinhos escuros você já frequentou na vida? Quanta pegação já fez num banheiro da escola, do shopping, da rodoviária? Quantas sacanagens você já fez em becos escuros, praias, casas abandonadas? Saunas? E não vá achando que tudo isso vai sumir, lentamente desaparecer, a medida que eu possa simplesmente viver a vida do seu jeito. Não, gato. Tudo isso tem uma beleza própria, um gosto próprio. Tudo bem, é verdade, eu trepava no beco porque não podia namorar na pracinha. Mas quem disse que quando eu puder, de verdade, namorar na pracinha, eu vou dispensar o beco?







Olha só, meu querido: Eu dou a bunda. E gosto. É verdade, você também poderia dar. E poderia, sem dúvida, aprender a gostar. Como eu também poderia aprender a delícia de comer uma mulher. Nossa diferença é claramente construída. Uma diferença cultural mesmo. E aí? Quer tentar? Se você tentar eu tento, juro...





Ah, e não se esqueça: Eu dou pinta! Isso mesmo! Desmunheco, falo fino, dou gritinho, ando rebolando, gemo, bato cabelo, faço carão, penero, dô close, faço a egípcia, faço a uó. Porque aqui, meu amor, quem tem medo de parecer com mulher é você. É você quem acha que tudo isso é coisa de mulher. E mesmo que eu discorde, e ache que esse teu pensamento binário de macho e fêmea é um bocado limitado, eu não tenho medo nenhum do feminino. Se isso te desconforta, te incomoda, é porque você ainda acha que ser mulher, ou parecer com uma, é algo vergonhoso, pejorativo, que diminui, que inferioriza. Pra mim não é. Quando você me xinga de mulherzinha - e como pode mulher ser um xingamento? - pra mim é elogio. Eu sou dessas, meu amor!





Talvez você não ache a minha linguagem apropriada. Mas é isso, falar é como dar o cú. É um ato político. Não posso abrir mão. Nossa língua é a mesma, mas os usos são diferentes. As palavras que você acha feias são as palavras que seus amigos inventaram pra falar mal de mim. Todas elas! Mas se eu fugir delas, é como se eu estivesse reconhecendo o medo, o medo do seu dedo, que aponta pra mim, e me culpa. Mas pra mostrar que eu já não tenho medo, eu uso essas mesmas palavras, que pra você são ofensas, e as transformo no meu nome, escrevo elas na minha carteira de identidade, faço delas a bandeira que eu vou levantar na rua.







Portanto, meu amor, aceita. Nós somos sim: viados, bichas, boiolas, monas, baitolas, pederastas, sodomitas. Nós damos o cú. Nós chupamos pau. E comemos também (não se esqueça!). E botamos pra chupar. E fazemos muitas outras coisas, que talvez você julgue inapropriadas, estranhas, nojentas, mas que eu acho uma delícia! Eu não sou limpinho. Não sou higiênico. Não sou essa pessoa boa, inteligente, amiga e maravilhosa. Sou legal e escroto como todo mundo - e como só eu sei ser, claro.





Entenda uma coisa, meu amigo: eu não quero ser igual a você. O que não quer dizer que eu quero ser diferente. Já passei dessa fase. Simplesmente eu não preciso, isso mesmo, eu não preciso me sentir semelhante a você para me sentir bem comigo mesmo. Entendeu, darling? Porque nesse teu sorriso de bom moço, complacente e carinhoso quando diz, 'nós somos todos iguais' o que no fundo você quer dizer é que pela sua bondade e cabeça feita, você me deixa entrar no seu clube, você me deixa vestir a sua camisa, você me deixa dizer que eu sou seu amigo. Mas desculpa, amigo, eu não preciso ser seu amigo. Nós até podemos ser, sem dúvida, e descobrir um monte de coisas pra fazer e falar sobre. Mas eu não preciso da sua aceitação. Não preciso do seu afeto. Não preciso da sua condescendência. Se sermos iguais significa eu me tornar parecido com você, muito obrigado, desquenda, beijo, me liga.





Se você quer me reconhecer, me reconheça como igual. E como diferente. Nós não precisamos nos gostar. Nós não precisamos nos amar. Nós simplesmente precisamos aprender a conviver. Talvez nem sempre dê pra gente entrar num acordo. Talvez em alguns momentos a gente caia na porrada. Mas se for assim, que seja uma briga justa, e não um genocídio. Que seja uma porrada, e não 49 facadas. Que seja uma luta. E não um crime. Se as nossas diferenças se tornarem em algum ponto tão incompatíveis, que você saiba me reconhecer como adversário à altura, e eu idem. E vamos à disputa. Afinal, quem disse que democracia é consenso? Muito pelo contrário. Democracia é apenas um jeito um tanto mais justo da gente brigar. E, além disso, minha raiz não me deixa pensar diferente, não é a harmonia que faz as coisas andarem. É justamente a discórdia! É o desequilíbrio que faz a gente aprender. É o conflito que move a própria História.





Mas pra você não me achar completamente antipático, vamos lá, te convido pra tomar uma cerveja. A gente senta, bate um papo, e quem sabe não aprende um com o outro, sobre um e sobre o outro. Só não vá beber demais, porque aí, sabe come que é... Eu não me responsabilizo...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Manu é ela.

Rio de Janeiro

Causa efeito - sujeito excluído pelos parâmetros sociais ditos "normais" + uma série de acontecimentos destrutivos ao longo de sua vida + vunerabilidade emocional = bomba relógio.



Me destroça quando escuto que a proposta é sempre punitiva e remediável ao invés de preventiva. A maior prova da ineficiência disso é a inevitabilidade do fato. Pensar em prevenção é fortificar os sujeitos e implodir parâmetros que só servem para monstrualizar pessoas que não cabem nas caixinhas.



Isso tudo só pode terminar em tragédia.



..Meus profundos sentimentos às famílias, sou mãe de duas crianças e investigadora dos sentimentos destrutivos é inimaginável ignorar o trajeto percorrido por esse rapaz. Isso não é justificar é tentar repensar que esse formato não dá mais conta.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nasce mais um amor.

Ontem fui ver meu celular quando acordei e tinham mil mensagens e ligações... meu coração disparou. Era ela! Tava nascendo? Tinha nascido? Ia nascer? Quando? Eu não me contive , aos pulos acordei a casa ,e Bê  e eu catamos coisas e crianças e lá fomos nós ... sai de casa as 10 hs da manhã e não tinha idéia de em que pé estavamos. Quando cheguei mais ou menos as 13:30 , Manuzinha tinha nascido há 15 minutos e acabado de chegar no bercário. Tão linda minha dindinha , toda indiazinha , carinha de quem muito trabalhou naqeela noite , e uma paz contagiante... ahhh que delicia carregar ela , aaa quanto orgulho de minha amiga que pariu sem medo , botou pra fora sem medo e com fé. Foi lindo. Deu tudo certo e agora eu tinha uma afilhada pra paparicar e ser paparicada.
Vou roubá-la muitas vezes.
É uma delicia a chegada de uma criança , ela vai trazer muita alegria pra gente. Temos certeza.Breve fotos...e mais fotos.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Adestramento de SER.-SERES-SEREMOS?

“Ele (Jair Bolsonaro) entende que a homossexualidade é fruto do meio onde a pessoa convive. E nós não convivemos. Nós, graças a Deus, convivemos no meio familiar. Não convivemos em meios tão badalados, como alguns artistas gostam de frequentar. Essa é a posição dele, ele não está querendo se referir ao homossexualismo como uma doença”, disse Flávio sobre o fato de o pai ter respondido o que faria caso os filhos fossem gays. Na ocasião, Bolsonaro respondeu que os filhos tiveram boa educação e ele não corria esse risco.

Estou ainda tao imatura quanto a tudo... quando leio os latidos desses caes bem adestrados,  fico num estado de nervos que poucas coisas,pessoas ou situaçoes conseguem me deixar.E isso nao é  graças  a Colling que me apresentou a Teoria Queer, a Berenice Bento , nem a Guacira Lopes, isso tem a ver comigo.

Eu sempre fui Queer, ese alguém aqui leu Queer como somente orientaçao sexual eh pq está muito longe de ser Queer.

Eu sempre acheio mundo tosco, sempre vi o tosco como atraente, sempre me enquadrei em nada e quando me enquadravam eu me esforçava para corresponder as expectativas...e isso durava muito pouco.

Eu sempre estiveem crise com o que eu sou, o que eu realmente sou e como que na verdade, profudamente eu sou.

E tudo era muito obscuro e dificil para mim, porque os conflitos entre o que eu via eram intensos com o que eu sentia. Demorei a aprender matemática da mesma forma que demorei a aprender o casamento, e da mesma forma que eu nao saber matemática me incomodava , me incomodava nao saber estar casadai

Nao sei se é perceptivel, mas passei pelo momento de "construçao", de aceitaçao do pre-estabelecido, de querer o que é socialmente aceito, de ter uma orientaçao sexual definida e de fazer uso dela de forma com que as pessoas entendiam como "normal", e aos poucos, fui me permitindo, me conhecendo e me aceitando,compreendendo a fluidez das minhs identidades.... e hoje já sei bem o que eu NAO sou.

É um bom começo.Ateoria Queer, me ajudou a me teorizar, deu sentido, nomes e conceitos a uma séries de coisas que eu sentia, e que eu muito vagamente me permitia pensar.. Ainda estou imatura porque agora que sei nomes e conceitos quero brigar com o mundo de uma forma bem adolescente, e é por isso que quero ler, estudar e descontruir mais um pouco, parareconstruir quantas vezes forem necessárias.

Sobre a Teoria Política Queer:

http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8639.pdf

http://vsites.unb.br/ih/his/gefem/labrys4/textos/berenice1.htm