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quarta-feira, 25 de maio de 2016

tanto tudo

2016 e é a segunda vez q eu escrevo aqui, estamos no quinto mês do ano.
só mesmo um dia de chuva com silêncio das ausências pra me fazer voltar aqui
não é desamor
e eu devia mesmo
era estar inspirada pra outros inscritos
e não tô
estamos no olho do furacão.
Vivo num país sem condição política de existir. Resistimos
Todo mundo, minimamente critico, tem ficado meio paralisado. Tá difícil tudo.
Tá difícil entender, acreditar, aceitar, e viver
Acordar nesse país tem sido uma missão dolorosa. Desde de 2013 viemos caminhando pra isso. Mas se for pra falar de golpe, desde 2002 quando o PT chegou ao poder o golpe se desenha como a única possibilidade de retomada do poder pela direita. Com isso, preciso ressaltar, não digo que o PT seja esquerda.Não é, mas ganhou todas as eleições pela fantasia de ser.
E no final, é o que mais de esquerda tivemos no poder em nossa jovem nova república,
Em 2013 quando fui as ruas contra Marco Feliciano nunca imaginaria um 2016 como esse.
Eu sou romântica. Tudo que não há de romântico em mim nas expectativas de praticas amorosas cotidianas há nos jogos políticos.
É como se só houvesse romantismo no apaixonamento e os meus apaixonamentos são intensos e atemporais. Exatamente como me sinto hj diante de tudo.
Eu ainda queria Lula como presidente e eu sei , sei de tudo, mas queria Lula.
No final das contas, temos um presidente interinamente fajuto.
Muitas muitas coisas me inquietam. Mas a maior agonia da vida hj, enquanto feminista, é tentar negociar com minhas emoções.
Se por um lado me causa indignação sem fim saber que a Presidenta foi afastada por um golpe duramente machista que se estabelece nesse lugar desde que ela foi eleita, por outro lado que da vontade de morrer quando a vejo denunciar o sexismo e o machismo agora. AGORA? Jura Dilma?
Pelo Amor de Rogéria.
Depois de tanto irmos pra rua por políticas de diferença, sobre políticas de gênero, sobre o lugar da mulher, depois de tanto a  senhora entregar nossas pastas a fundamentalistas, nossos projetos a serviço de uma bancada destrutiva, de negociar os direitos das mulheres.... AGORA?
Sempre foi sobre isso.
Me sinto, ainda, culpabilizando a vítima, mesmo apostando em suas agências
não tem sido fácil existir nesses tempos.
Recém iniciada no candomblé penso em como isso tá posto nesse momento historicamente critico, em um golpe que está desmoronando a democracia  e ao mesmo tempo não consegue, de fato , se estabelecer.

Eu to agoniada.
e sem perspectiva de suavizar.

agora é ocupar
rua,
pq é lá que vamos
nos fortalecer.

Agora, alguém pode me dizer?

Como vou produzir uma dissertação com o país desse jeito?