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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Como pode? [pandemia]

 Eu tô ficando doida pensando nas significâncias. 

tava hoje me dando conta que é julho. Me dando conta que ano passado nessa época eu tava num vendaval interno tão forte que quase eu não conseguia me manter de pé. Eu vim aqui pra escrever de como foi difícil os primeiros meses de pandemia, como eu pensei que ia ficar louca e o esforço sobrehumano que fiz para isso não se realizar. 

mas aí resolvi escutar Martins, e lembrei de como eu consegui me reerguer e ser tão enorme dentro de mim...Eu não sou mais minha solidão... eita Martins. 

que coisa mais louca que é viver. 




quinta-feira, 22 de julho de 2021

meu tio morreu, e mais 540 mil

eu confesso que tenho um lado meio fúnebre. 
é certo que a morte causa sentimentos e  sensações muito diversas nas pessoas. Em mim a morte tem poderes muitas vezes dissociados de tudo que sou. Me desmonto diante da perda de alguém. 

Em tempos onde a morte reina em um projeto genocida, em que uma máscara no rosto pode nos salvar de morrer enquanto a vacina não chega pra todo mundo.... e mesmo quando chega, não tanta garantia assim sobre estarmos seguros. Estou vacinada.
Nem vim aqui contar o quão emocionante foi estar indo me vacinar. Vacinei muito antes das pessoas da minha faixa etária pq sou professora, essa semana devo estar tomando minha segunda dose de vacina. Aquela que vai garantir que eu de fato não vou morrer de Covid. Estou ansiosa por isso. Ansiosa por muitas coisas que talvez não passem de um delírio. Será que algum dia teremos alguma possibilidade de aglomerarmos de novo? Estarei na avenida suando novamente, com gente trocando salivas e suores? e SE isso voltar a acontecer, quando acontecer eu terei coragem e disposição para ir ? São muitas incertezas para uma mente doentia e controladora como a minha. Sobreviver com o mínimo de sanidade tem me feito uma guerreira. 
Tenho muitas preocupações sobre tudo, de todas as ordens, inclusive financeira. 

O estado atual da vida terrena no Brasil é:

Mais de 1000 mortos por dia desde fevereiro ( há 7 meses não diminuímos o numero de mortos por dia, chegamos a bater mais de 4 mil por dia.) --- tem gente que vive como se isso fosse nada.

As pessoas estão na rua, o trabalho voltou a acontecer presencialmente, as escolas estão funcionando semi presencialmente, já estou com crianças em sala de aula e isso tem sido motivo de muita alegria, de uma sensação breve e arriscada de que há vida ainda no mundo e que um dia a gente vai voltar a ser feliz. Trabalhar com criança me enche de felicidade.

Aqui em Salvador estamos na fase verde, na fase que quase tudo está liberado inclusive festa pra 200 pessoas. A máscara continua sendo recomendação assertiva no controle de contagio e a vacinação em amassa tb, praia dia de domingo não pode e quando faz um dia de sol as praias aqui tem ficamos bem cheias, ainda bem q é inverno. Espero que tenhamos um verão mais tranquilo com menos mortes e bolsonaros. 


nesse exato momento temos muitas variantes do vírus em plena atividade, a mais perigosa é a Delta. Ainda não chegamos nem 50% de brasileiros vacinados com a primeira dose. Com a segunda não passamos nem de 20% , o que torna a existência no mundo perigosa, na Europa a alta de casos já está acontecendo novamente. Obviamente que vai morrer quem se negou a vacinar e o mundo está cheio de imbecis. 

Cheguei a conclusão de que meu costume de ver as pessoas de mascara na rua e não nos abraçarmos e beijarmos quando nos encontramos é meramente uma ação automática para sobreviver. EU não me acostumei quando me forço a abrir os olhos pra realidade eu fico desolada.

Ontem, chorei o choro de 500 mil vidas perdidas nesse país, passamos de meio milhões de mortos e junto com isso, estreio coma perda na família. meu Tio Claudio morreu de Covid. Há tempos eu pensava como seria quando os irmãos da minha mãe começassem a morrer e me encho de tristeza, pq hoje , ja com quase quarenta sei o quanto de historia cabe na vida entre dois irmãos. É muito triste perder um irmão. Mesmo que ele seja cheio de defeitos como era meu tio, mas a distancia de idade entre eles era bem grande , e ele era o típico irmão mais velho para ela. Ele aprontou muito nessa vida, e depois da morte da minha vó mandou a família toda se fuder, assim como minha mãe, mudou de estado e foi viver seu próprio caos. 

Ele já estava com 79 anos, mas é triste a morte de covid, não exatamente pela morte mas pela condição de morte e pós morte que se tem. Essa marca é tipo o holocausto mesmo, sei que daqui há muito e muitos e muitos anos vamos olhar para trás e dizer para os mais novos como foi viver a pandemia, e quantas pessoas de nossas famílias e convívio pessoas foram mortas pelo projeto de Bolsonaro, o pior presidente de todos os tempos em todos os lugares do mundo. 

Uma história bem triste e lamentosa, que marca a todas nós. Espero que quando eu tiver forças para voltar para cá, eu consiga trazer boas novas sobre como a vida melhorou, 




meu tio morreu de covid, 

 o grito de ordem é: Fora Bolsonaro. 

FORA FASCISTA
FORA GENOCIDA