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sábado, 10 de setembro de 2022

Te amo Bituca

 Que show difícil. Como é duro lidar com a finitude! Viver a generosa despedida de Milton me causou tantos sentimentos contraditórios que certamente vai demorar muito tempo para que eu consiga falar disso sem me sentir despalavriada. 

Acho que a única coisa certa mesmo que posso falar sobre o show é que chorei da primeira até a ultima música e que foi, mesmo, o ultimo show de Milton Nascimento.


O show do Clube da esquina foi o ultimo que fui dias antes da pandemia acontecer. E voltar ontem aos palcos de Bituca foi emocionante, devastador e duro.

Por mais tenhamos perdido muitas pessoas, olhar pra alguém completamente consciente de que está indo, em cima do palco ,agradecendo pela vida maravilhosa que teve, e cantando as canções que sua voz não acompanham mais, com a dignidade de quem sabe exatamente o que está fazendo, me leva a pensar em como tá tudo errado e ao mesmo tudo está como deveria está. Vai ser, vai ter que ser , faca amolada.

Tive a honra de viver o tempo de Milton, de acordar com meu pai tocando suas músicas na beirada da minha cama, de esperar meses para ir para um show, do consolo pandêmico de poucos belos momentos que tive naquele tempo. Eu desejo profundamente que daqui pra frente Bituca tenha muitas mãos para segurar bem forte, como insistentemente fez com com Simone no palco, como quem apesar de não perguntar mais pra onde vai a estrada, deseja continuar caminhando.

Foi lindo sentir ele receber tanto amor, da equipe, da banda (sensacional), e de daquele coro emocionado cantando sobre o sabor de vida e morte.
Obrigada por suas canções. Pela generosidade da despedida. Por dar tanto sentido aos meus sentimentos. Certamente sou um tanto melhor porque te ouvi desde muito pequena.
Te amo, Bituca!