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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

coming back to life



Where were you when I was burned and broken?
While the days slipped by from my window watching
Where were you when I was hurt and I was helpless
Because the things you say and the things you do surround me
While you were hanging yourself on someone else's words
Dying to believe in what you heard
I was staring straight into the shining sun

Lost in thought and lost in time
While the seeds of life and the seeds of change were planted
Outside the rain fell dark and slow
While I pondered on this dangerous but irresistible pastime
I took a heavenly ride through our silence
I knew the moment had arrived
For killing the past and coming back to life

I took a heavenly ride through our silence
I knew the waiting had begun
And headed straight into the shining sun

sobre as idas

espero que as datas que machucam passem com mais leveza
espero que o ano que vem traga muitas vitórias 
e que a vida seja cada vez mais doce
espero que vc consiga tudo
e que o que não conseguir seja só uma lembrança
para o quanto vc já conquistou

eu desejo que os caminhos sejam mais floridos
que as musicas favoritas toquem sempre
e que os filmes lhe marquem

espero que haja encontros
espero que ainda tenhamos risos em comum
e que a os erros sejam amenizados com o tempo

desejo sua felicidade
desejo que saiba que sinto
tanto
espero que as boas amizades sejam sempre maravilhosas
e que ouçam vc com atenção

espero que receba uma tonelada de carinho
por segundo
de todos os lados
e formas

espero poder saber de vc
desejo saber coisas lindas

e que no próximo ano possamos
lembrar um do outro
com mais distancia de dores
e mais lembranças 
das boas

espero, desejo
apenas.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

29

Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)
Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.
Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)
R.R

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

pronto, pode acabar.

Acabou-se. E acabou beeem , muito bem. Nem acredito que esse é o mesmo ano que começou daquele jeito. Ter passado no mestrado que eu queria, no único que me interessava foi uma guinada, uma guinada emocional, uma guinada de uma vida de mais desafios, eu sei, a beira do desespero, eu sei. Mas eu preciso desses desafios para me sentir feliz

Encerro o ano com várias garantias na escola. Um mestrado e grandes promessas para ano que vem.

Ainda no incio desse ano passei em todas as fases do mestrado e mas com notas baixas pra entrar... também no meio do vendaval que eu estava... esse ano eu nem dei bola pra estudar, nem precisei me concentrar, nem tive problemas de ter que parar a vida toda pra seleção... pelo contrario, tive que fazer ela no meio de tudo junto... troquei de projeto, tive que fazer malabarismo pra conseguir ir para todas as fases....foi doido o negocio. E fui...fui...e passei, bem avaliada. E agora é só colocar o colchão na sala, escolher o filme e ser feliz.

Comemorei em grandíssimo estilo.Ao som afro do cortejo, sendo cortejada por afetos multipolos.... e o coração levinho.... dancei, horrores,

Recebi uma linda ligação da minha mãe de santo, lhe falei da importância do terreiro na minha vida durante esse ano... eu não saberia nem dizer da felicidade que é estar entre eles.

Êparrei oyá, Kaô meu pai! Oraiêiê dona do meu ori, Ogunhê Patocori meu Pai, Êpa Baba!!!  

OLORUM MODUPÉ!

E olha só o numero que eu fiquei colocada.. 9 né? Tinha que ser! 



Isso é pra vc meu amigo... tenho certeza que estaria comigo ontem...  Saudades eternas. 

chegue forte 2015!!!!

domingo, 14 de dezembro de 2014

essa semana

essa semana termina dia 22. Com ela, encerra-se um período de ausência de prazer. Começam minhas férias. Merecidas. A partir do dia 18 não tenho mais crianças em sala de aula, depois desse dia, é resolver burocracias, confraternizações e a festa de mamãe Iansã. 

Essa semana é semana de vários resultados, o primeiro deles é da fé. 

Essa semana é semana de agradecer os caminhos acreditados a mim. Dia 22 eu respirarei outros ares, e vou entrar numa garrafa. Ahhhhhh vou.... Em ótima companhia cearense... com meu queridissima amigo, colega de pesquisa e quem sabe... mais aproximo que nunca. Aquele que, coincidentemente estava aqui nesse período de resultados... e que me acolheu de forma tão linda.

Vamos beber, vamos agradecer aos tambores, vamos que vamos, seja o que seja.

Acho que estou em contagem regressiva, acho que preciso de férias. Me comprometo a ano que vem não ter mais três turnos de trabalho, e me dar mais ao luxo de mais prazer. 

Terça é dia de meus pequenos mostrarem todo nosso esforço de um ano, e retribuir meu cansaço com lindos passos de axé. 



sábado, 13 de dezembro de 2014

um ano

como pode ja fazer um ano do dia 13 de 2013?

Isso não é incrivel?

desconfio que eu esteja assim, anestesiada... um ano nunca pareceu tanto ontem. Deve ser a forma como isso tem sido subjetivamente elaborado por mim. Essa noção temporal fica completamente alterada. Eu realmente não consigo perceber o conteúdo desse um ano. Onde eu estive? o que eu fiz? eu tive um dia-a-dia? tudo aconteceu mesmo?

O jeito é subir lá de novo... e ver se alguma coisa acontece no meu coração.




     

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

quando invade

não faço a menor ideia de pq estou pensando nele.

Talvez seja dezembro.

Quando eu era criança a gente se dava muito bem. Ele era safo. E tinha um olhar muito profundo. Uma sensibilidade até irritante para mim. E ao mesmo tempo uma sedução irresistível. Desde criança eu sabia disso. Dani era especial. Nem me dava bola, nem thcum pra mim. Eu tinha aquela admiração de primo mais velho, pela pegada de malandragem. Diziam que eramos primos. Vários e vários anos passamos as ferias juntos lá em Porto Alegre. Sua casa era sempre  a minha primeira parada antes de visitar a familia. Lembro uma vez de ter ficado muito além de umas ferias, moramos juntos por alguns meses eu com 8 ele com 10 anos... lembro que fomos feliz... brincávamos no condomínio dia e noite... corríamos, ele não parava um minuto, sempre inventava coisas pra tá em movimento. Dançavamos musicas da época....ele dançava e eu amava isso!Ele tinha a pegada de me mostrar a liberdade. Sempre quis ir alem de tudo. Sempre quis me mostrar que eu também podia... Em uma época ele ficou bem mais velho que eu. Apesar da pouca diferença, os dois anos apreciam dez... acho que eram suas experiencias de vida e seu jeitão de quem já viveu muito, mesmo com 12 anos. Foram nossas ultimas ferias intensas juntos.
Tinha muita coisa boa entre nós. Não lembro de briga, nem rejeição, não lembro de exclusão, só parceira, amizade e muito carinho.
Crescemos o resto da vida separados. Sabia das noticias dele por nossas mães, amigas de infância.....
amigas irmãs. Daquelas de serem a pessoa de emergência uma da outra...mesmo com toda distancia entre o sule  o sudeste. Tia Rô foi talvez a tia mais próxima de minhas lembranças.... e eu amava ela.
Nasceu no mesmo dia que eu.
Adolescemos distante um do outro , e as noticias de Dani eram cada vez mais preocupantes. Nunca nos falávamos. Interna, desinterna. Rua, vicio, roubo, interna. Recupera, rua, vicio , roubo, prisão... As vezes acalmava... as vezes as noticias eram outras, ta namorando, em casa ha quase 3 meses, limpo.
Nesse tempo nunca falávamos, tinha tido um abismo entre nós. Eu sei que isso foi provocado pelo medo da minha mãe que via em mim uma potencial viciada.
Eu nunca fui atras. Tinha medo de ser rejeitada por ele. Medo, sempre.
Até que em 1999, com 17 anos morando em Santa Maria decidi ir pra Porto Alegre passar um feriado... Cheguei na casa de Tia RÔ.  Tarde da noite, umas onze talvez.
Nem sabia se Dani estava numa época de calmaria ou agitação.. Para minha surpresa ele estava lá.
Foi nossa noite. Parecia que nenhum segundo tinha passado. Deitamos no chão e li suas poesias, suas musicas. Dani estava lindo. Estava muito mais lindo do que nunca.  Adorava aquele estilo dele de ' to nem ai pra nada' , meio bandido, meio moleque...solto, calças largas demais pra seu corpo, camisa preta , larga mais ainda... nessa fase isso muito me seduzia....mas não era nada daclarado ,e talvez nem consciente na época...
A noite demorou a passar... conversamos sobre tudo... sobre suas aventuras. Sobre as minhas... ele me olhava como se eu fosse uma coisa que nao devia ser tocada...eu percebia isso.. eu n sabia explicar a estranheza em seu rosto... um olhar de quem tem dó ... e eu olhava para ele com a admiração de quem desejava voltar a brincar de bicicleta ... sempre quis. Conversamos sobre os momentos dificeis que ele passou, da tentativa de mudar a vida. Ele queria.
Em determinada hora da noite eu achei que a gente ia namorar. Eu olhei pra ele e ele me olhou profundamente... rimos , desconversamos, silenciamos os desejos e as admirações.... ele fugiu e eu não tinha coragem de ir atras dele... seguimos entre as musicas e promessas de outros encontros... ele pegava em minha mão, deitava bem coladinho em mim, mexia no meu cabelo... muito carinho.Vi seus desenhos, e neles suas angustias... como desenhava lindamente.. um artista! Lembramos as coreografias da gente enquanto a casa dormia. Falamos de sua namorada. Tinha uma namorada. Ai eu me achei tola, mais ainda.
Nossos sentimentos eram muito misturados... percebemos minha tia Rô acordar... veio nos colocar na cama... colocar ordem na casa....com medo. No dia seguinte, acordamos , comi. Muito feliz com a noite agradável que eu tive, muito feliz em ter ido lá naquele dia que ele tava lá.... muito feliz por ter recebido aquele olhar, que eu sabia q tinha alguma coisa , mas não entendia o que era,  que dimensao tinha, se era acessivel, se era pra mim. Minha tia Rô apressava minha ida... me senti indesejada naquela casa.
Fui embora. Ele fez questão de me levar no ônibus. Nos despedimos com um abraço forte, daqueles que nao se quer deixar mais ..... daqueles que a gente sabe que nao sabe quando mais terá.... e nos prometemos outros encontros.
Passei o final de semana la... entre outros amigos.. e pensando nele. Bebi.
Voltei segunda feira pra Santa Maria... meses depois voltei pra Bahia... péssimas noticias, e assim se seguiram os anos, interna, volta, vai pra são paulo, volta, vai preso, overdose. Volta, limpo. Nunca mais falamos, ele n tinha celular, nem eu , n era comum. Nossas mães se falavam religiosamente aos finais de semana. As noticias oscilavam... até que soube que Dani tava feliz. Limpo há meses. Morando em São Paulo, estava quase casado com uma moça que conheceu durante o ultimo tratamento. VI fotos. Ele tinha deixado de ter muitas caracteristicas fisicas q eu conhecia, mas seus olhos eram os mesmos... e ele estava feliz, eu podia ver.... e nos perdemos.

Dois anos se passam, até que minha mãe me chama com lágrimas:

O Dani vai morrer.

-Hã? Como? E nossas promessas? E as musicas? Ele vai casar!
Limpo ha três anos Dani sentiu dores nas costas, e só saiu morto do hospital. HIV. Ele não sabia. Ninguém sabia...
eu não sabia onde ir, o que fazer. Escolhi não ver ele morto. Escolhi sofrer de longe... acreditando que ele estava ali. Ele se foi , e aquela noite foi a nossa ultima. Chorei por meses a morte dele. Meses....

Dois anos depois,

O câncer da tia Rô volta. Minha mãe sofre, vai pra florianopolis, volta.... vai e volta... acompanha o tratamento. Metastase.
Vamos realizar o sonho da tia Rô, vamos trazer ela pra Bahia. Poucos meses de vida.
Dezembro de 2013. Veio ela, magrinha. Feliz, faceira, realizar o sonho da Bahia...

Ahhh minha querida tia... fui toda sua... estava numa fase de terrivel conflitos... dores, e compartilhando da experiencia dela. Foi foda. Fui toda sua... saímos, passeamos, levei ela no terreiro, jogamos, comemos, natal aqui em casa, seu ultimo.
Dani...dani...dani... sempre ele.
Até que numa sorveteria na Ribeira, ela me olhou bem séria e revelou, como se não pudesse morrer com aquilo.

_vc era o amor da vida do Dani. Eu nunca deixei. Eu nunca quis vc perto dele, eu sabia que ele podia acabar com a  tua vida. Mas inumeras vezes ele me pediu seu numero, inúmeras vezes ele quis vir pra Bahia, desde criança. Desde sempre. Aquele dia na minha casa eu implorei pra ele ir embora, implorei pra não ficar lá.... Ele terminou o  namoro dele assim que vc foi embora, deixou uma musica que fez pra vc,  voltou pras ruas, passou meses desaparecido.... e eu nunca te disse pra te proteger,E acredito que vc era realmente o amor dele pq vc foi a unica que ele protegeu disso tudo, a unica que saiu ilesa disso, a unica que ele nao conseguiu destruir a vida junto com a dele.

A medida que ela ia falando aquilo... aquelas palavras eram gravadas em mim... minha cabeça ficava zonza... me faltava ar. Ele vinha na minha frente, a gente criança, a bicilceta, as musicas, as brincadeiras, a cumplicidade, o cuidado... tudo muito rápido... e fique anestesiada. Devieria agradecer ela? O momento da vida ja me fazia enlouquecida ...ainda mais aquilo agora.. ele morto! Puta que pariu tia RÔ. Ela terminou a  conversa dizendo que se não fosse o craque , possivelmente teríamos sido namorados,.
 E eu tão distante disso... e eu tão ausente de tudo... vivendo uma vida tão diferente... tendo uma outra versão das coisas.

porque ele não me disse aquele dia? será qeueera verdade? pq ela tava falando aquilo?

Senti muitas coisas pela minha tia rô... ela abriu uma feridona em mim num momento critico... e eu não sabia a importancia daquilo... eu poderia morrer sem saber daquilo.. Dani ja tava morto já dois anos.


Dois meses depois.

Tia Rô foi pro hospital, o cancer não vai mais deixar ela viver num um mês... ... telefone. Morreu.
Depois de acompanhar o sofrimento de minha mãe, o luto pela amiga-irmã... o choro infantil dela, cotidiano... eu lembrei de tudo de novo... e entendi que quem nao podia morrer com a sensação de que tava deixando de contar algo era ela, e a perdoei por não ter me deixado ver as coisas como eram... que nao acreditou que as coisas pudessem ser melhores ....

Hoje eu penso, como teria sido se...


e desisto.  Descobri que o que não foi , não foi....   e que morro de saudade da expectativa de noticias dele, da sensação de ter ele perto de mim, por uma noite e nunca mais.


saudade sem fim Dani.


meses antes de falecer.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

diluindo-me


"Quem revelará o mistério
Que tem a fé
E quantos segredos traz
O coração de uma mulher
Como é triste a tristeza
Mendigando um sorriso
Um cego procurando a luz
Na imensidão do paraíso"





segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

a essa altura de 2014

Eu ainda não estou pronta para falar do que foi esse ano em minha vida, pq eu ainda não entendi ele. Um ano em que eu me senti anestesiada de tão esquisito que foi pra mim , de repente olhar pra minha sala e ver uma arvore de natal montada.
Eu não reconheço esse ano em minha vida, eu não me reconheço nesse ano. Será que voltarei ao normal? Será essa minha normalidade agora?
Eu lembro claramente que a essa época do ano passado eu estava numa mistura louca e intensa de desejos e e incertezas.... e foi tão foda tudo que eu não sei onde estive durante os 12 meses seguintes.
Será que estou pronta? Será que era isso?

A minha grande conquista foi ter a minha casa as minhas custas. Eu não devo nada a ninguém. Eu consegui. Escolhi uma casa possível para mim e agora eu tenho ela. Eu fecho a minha porta, eu escuto o som que eu quero, eu dou a comida que eu quero pra meus filhos, eu organizo a hora de ir no mercado conforme minhas demandas.....

E eu trabalho, muito. tanto que nem respiro. tripliquei minha jornada. Foi isso. A força de trabalho robou minha vida... o que restou dela, os filhos roubaram.

Foi uma noa que eu fiz viagens que eu não me lembro de ter feito. Parece que tem seculos que eu não vou no rio grande do sul....

é o ano?

é iansã?
são seus ventos levando o tempo rapido para amenizar as dores?

acho que aceitarei o convite pra beber o chá.


Um ano. E eu estive estacionada sob um céu de lagrimas,


e dormi, e ainda não acordei.

domingo, 23 de novembro de 2014

sobre o dia de ontem

"E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos
O mundo começa agora
Apenas começamos"
Meu amigo resolveu que queria que o casamento dele fosse especial para mim, muito além do que eu poderia alcançar e eu chorei, litros, litros , litros..... o povo deve ter achado que eu era amante dele.

"Se nossos filhos forem felizes como fomos já não ta ótimo? Se eles tiverem as boas lembranças que tivermos, os bons amigos que somos... então nosso compromisso com a vida foi cumprido. "

E bebi como se não houvesse amanhã.... Minha pelicula é incrivel!

Eu e o noivo, meu cretino amigo, amor eterno!



terça-feira, 18 de novembro de 2014

lá se foi ele casar.


Meu amigo saiu daqui agora.
Pudemos sentir de novo o gostinho de nós com Renato.
Acho que vou chorar muito sábado.
Ele vai ta de roupa de casar gente! E vai ter uma noiva do lado dele, e ele vai entrar num avião e virar meu amigo que mora longe.
E eu vou morrer de saudade. E saber que ele não ta aqui pra me socorrer me deixa em panico. Ainda bem que whatsapp existe.
Eu acho que ele sabe o quanto o amo. Acho que ele imagina o quanto o quero bem e como eu tô puta da vida com ele por resolver marcar esse casamento dia 22 de novembro.
Cacete. Ta de sacanagem?
Vai ser foda... mas vamos lá. Enfrentar o caos interno, o vazio que vai ficar minha vida sem ele aqui, a saudade que vai se fazer presente...


e ainda de quebra, um reencontro. Pior, a incerteza de um reencontro.

é coisa demais pra quem tentado se manter estável. Medo de mim , depois de quase 12 meses respirando estabilidade interna, controlando meus mais desvairados desejos e impulsos, vou cair no meio do casamento de Dri, 22 de novembro, e a presença do papai do ano.... e muita cachaça pra me manter em ordem.


domingo, 16 de novembro de 2014

johnny

Eu Vou Fazer Uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito

Johnny Hooker

Talvez algum dia
Eu te encontre por ai
Pra me desenganar
Pra me fazer sorrir
É, talvez algum dia
Eu vou te encontrar
E só se eu te implorar
Conte mentiras pra me fazer sonhar
E na doce cadencia do samba
Me perder numa roda de bamba
E não
E nunca mais voltar
E se quiser dançar
Se quiser dançar
Posso te ensinar
Na cadencia do samba-iá-iá
Eu vou chamar Iansã e Ogum e Oxalá
Vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito
Eu vou fazer, eu vou fazer
Te desejo uma vida de desilusão
Não desejo afago (?) nem o perdão
E que seja feliz com quem encontrar
Mas nunca mais volte aqui
Profane o meu lar

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

pq vc existe Evanescence?

I can't run anymore,
I fall before you,
Here I am,
I have nothing left,
Though I've tried to forget,
You're all that I am,
Take me home,
I'm through fighting it,
Broken,
Lifeless,
I give up,
You're my only strength,
Without you,
I can't go on,
Anymore,
Ever again.

My only hope,
(All the times I've tried)
My only peace,
(To walk away from you)
My only joy,
My only strength,
(I fall into your abounding grace)
My only power,
My only life,
(And love is where I am)
My only love.

I can't run anymore,
I give myself to you,
I'm sorry,
I'm sorry,
In all my bitterness,
I ignored,
All that's real and true,
All I need is you,
When night falls on me,
I'll not close my eyes,
I'm too alive,
And you're too strong,
I can't lie anymore,
I fall down before you,
I'm sorry,
I'm sorry.

My only hope,
(All the times I've tried)
My only peace,
(To walk away from you)
My only joy,
My only strength,
(I fall into your abounding grace)
My only power,
My only life,
(And love is where I am)
My only love.

Constantly ignoring,
The pain consuming me,
But this time it's cut too deep,
I'll never stray again.

My only hope,
(All the times I've tried)
My only peace,
(To walk away from you)
My only joy,
My only strength,
(I fall into your abounding grace)
My only power,
My only life,
(And love is where I am)
My only love,
My only hope,
(All the times I've tried)
My only peace,
(To walk away from you)
My only joy,
My only strength,
(I fall into your abounding grace)
My only power,
My only life,
(And love is where I am)
My only love.

anoitece


Musica pra quinta de tarde, e um trilhão de relatorios.

No centro da sala,
Diante da mesa,
No fundo do prato,
Comida e tristeza.
A gente se olha,
Se toca e se cala
E se desentende
No instante em que fala.
Medo, medo, medo...
Cada um guarda mais o seu segredo,
A sua mão fechada,
A sua boca aberta,
O seu peito deserto,
A sua mão parada, lacrada
E selada,
E molhada de medo.
Medo,medo,medo...
Pai na cabeceira: é hora do almoço.
Minha mãe me chama: é hora do almoço.
Minha irmã mais nova, negra cabeleira...
Minha avó reclama: é hora do almoço.
Moço, moço, é hora do almoço!
E eu ainda sou bem moço
Pra tanta tristeza.
Deixemos de coisas,
Cuidemos da vida,
Senão chega a morte
(ou coisa parecida)
E nos arrasta, moço
Sem ter visto a vida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida
Ou coisa parecida...

Belchior

domingo, 9 de novembro de 2014

aaaahhhhh, é isso! Novembro.

Meu doce novembro foi em 1997.
Pra ser mais exata no pôr do sol do dia 23/11/1997.
E que pôr do sol.
21o. andar.
Ao som de 'como eu quero' .

Exatamente na madrugada estaremos lá.
E aí se tocar essa música eu juro que saio correndo da vida.
Daquelas coisas bem "doce novembro" mesmo.
É por isso tou assim.
É tudo junto. É muita coisa.

Devo ter morrido ali. Em 1997.

E nada disso aqui é real.

só pode.



sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ando saudosa

meu amigo vai casar. 22 de novembro. No convite tinha "Senhora Carla". Isso tem me causado inquietação. Os ritos de passagem dos meus amigos causam sempre inquietação, é como uma marcação de tempo e emoção muito forte para mim... Mas sendo esse meu amigo, tudo que ele significa... Meu amigo é dos melhores... hoje ele já não sabe mais 1/4 das coisas da minha vida. Os caminhos da gente mudaram... somos vizinhos e quase não nos vemos... porém, ele é capaz de reconhecer meu humor, anseios, angustias e felicidades pelo andar. As vezes eu o sinto me observar. Tenho tanto medo desse dia.
Acho que vou chorar dez litros. Não pelo casamento...primeiro porque de alguma forma ou outra era muito previsível que isso acontecesse, ele é desses, que casa de pastor e tudo... está apaixonadissimo pela moça....mas vou chorar por tudo que já fomos, todas as nossas madrugadas, todos nossos compartilhamentos de sonhos e um dia fomos cunhados , ele namorou minha irmã.... rs eu sempre soube que não daria certo aquilo. E ele muitas vezes esteve entre eu e o amigo nosso.... que estará também lá. Aliás.... será o dia de reencontrar. Oficialmente, sem fugas e numa situação extremamente chata , de burocracias sentimentais e emocionais, com poses e etc....Merda!
Vou encontrar toda renca. Vou estar vestida de mim , com uma taça na mão e um lenço na outra pra limpar a cara.
O choro todo é pq ele vai embora. Eu sei que a gente nem se vê, eu sei que somos vizinhos e não procuramos (pq a verdade é que nosso passado nos mata de saudade) . Ele vai embora pra vida a dois, vai embora para Goiânia , ele faz parte daquela parcela de casais chatos que se bastam e que o resto se exploda.... e eu fico com raiva pq ele ficou assim, e me sinto excluída, e tenho ciumes. 
Mas eu o amo demais....e esse vai ser um dia de me derramar.

Amor

"O meu lugar,
é caminho de Ogum e Iansã,
lá tem samba até de manhã,
uma ginga em cada andar.

O meu lugar,
é cercado de luta e suor,
esperança num mundo melhor,
e cerveja pra comemorar.

O meu lugar,
tem seus mitos e seres de luz,
é bem perto de Oswaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá.
 
O meu lugar,
é sorriso é paz e prazer,
o seu nome é doce dizer,
Madureira, lá, laiá."

terça-feira, 28 de outubro de 2014

fui lembrada


Dilmais

Foram dias e dias de militância.
Votei em Dilma. Minha história de vida pede.Filha mais velha de mãe solteira, feminista em suas escolhas, longe de toda família, nunca foi fácil. Sempre vi as moedas rolarem em casa pra comprar o básico e manter a escola particular, que sempre estava em débito. No final dos anos escolares, a caçula da casa já estava na escola pública e a rebelde aqui, sempre inadequada, ameaçando largar tudo, antecipou o fim da vida escolar. Minha mãe, saiu correndo pra pagar um supletivo para evitar meu crescente descaso. Fiz, terminei, entrei na faculdade particular. Se foi difícil escola, imagina a faculdade. Não conclui por falta de grana. Prouni não existia, existia FHC e uma situação cada vez mais complicada em casa. Peguei papel higiênico do shopping algumas vezes pra não faltar em casa. Já com dois filhos, me disseram em meu ouvido que eu precisava dar um jeito em mim, que a hora era aquela. E era. Governo Lula, reitoria de Naomar. Entrei no curso mais critico e emancipador, que me formou inclusive, critica ao atual governo. Mas eu vivi os anos 90 psdbista, eu vivi a falta de perspectiva. Ao entrar no Bacharelado Interdisciplinar na UFBA , já perto dos 30 eu mudei pra sempre, minha perspectiva politica, minha perspectiva enquanto mulher, mãe, cidadã. A universidade promoveu em mim um desconstruir imensurável, e o projeto do curso que estava cursando me mostrou um Brasil que eu não tinha acesso. Vi a universidade ficar preta, vi gente dizer que era a primeira geração da família que tinha acesso a universidade, graças as políticas de cotas e que muito antes disso tinha conseguido terminar a escola por conta das politicas do Bolsa Família, ouvi relato de gente com lágrimas nos olhos olhando para os lados e dizendo que nunca tinha pensando ser possível. Eu não posso ignorar isso. Assim como, enquanto militante pelos direitos humanos, não vou deixar de vigiar o governo. Fiz, faço e farei todas as possíveis criticas as limitações do governo Dilma. Mas eu sei que aqui há espaço para o diálogo, eu sei que a luta está num momento crítico e eu não vou ignorar a minha própria história de vida. ‪#‎MudaMaisDIlma‬ , e saiba Dilma Rousseff, estamos de olho em você presidenta! 13! 13!13! 13!



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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

essa é pra vc

quando soube gelei. E com gelo não se brinca. Vc sempre me congela. E eu prefiro fogo. Sou filha de ferreiro.
Então... Um filho.

De todas as identidades essa é a que mais me perturba... não pelo crescimento da distancia que isso significa no meu mundo de fantasias, mas pelo que eu sei que isso significa no mundo de verdade... ta bom, a verdade não existe, é liquida como diria aquele moço.
Talvez eu consiga imaginar um pouquinho suas dificuldades, e como vai lembrar de como vc era. Agora mais que nunca vc vai sentir saudade de vc e vai buscar desesperadamente por um fio seu. Não sei se gostaria de estar mais perto, talvez eu não te tolere mais, talvez vc tenha se tornado algo que seja melhor ficar guardado nas fotos e videos cassetes, mofando. Muito provavelmente em alguns dez minutos de vc , a fantasia ia escorrer pelo ralo e eu ia ficar mais vazia ainda de vc...

Em fim,

de longe, estou aqui a te ver passar escorrendo em suor com som no ouvido, britney spears??  risos nostálgicos e sarcásticos. Seu filho saberá?

- eu que achei que sabia tudo sobre minha mãe, depois que virei mãe não imagino minha filha sabendo das nossas noites de jogatinas. Descobri que os filhos não sabem nada dos pais.

Até que comecemos a nos encontrar nos lugares infantis estarei por aqui, a delirar sua boa paternidade.

Supere-se, vc é bom nisso,

Boa paternidade.





Maternidade no jogo perverso da vida

A maternidade muitas vezes é cruel, perversa e um potente instrumento de perpetuação do sexismo e violência contra a mulher. Isso é um fato. Não vou discutir aqui se é ou não. É. É só traçar o itinerário e os desdobramentos dele.
Na verdade, os implicamentos desse discurso já se dão desde o debate sobre o direito ao aborto. Em uma cultura que sequer consegue admitir a descriminalização do aborto já dá pra imaginar o lugar que a mulher tem em matéria de direito ao próprio corpo.
Mulheres cis (que não são trans*) desde crianças são disciplinadas com a pedagogia da maternidade. Lembro-me da preocupação de uma amiga:
- Carla, deixe sua filha participar desse momento do irmão caçula! Deixe ela dar a mamadeira, estimule que ela lhe ajude no banho, trocar fraldas….Você e ela só ganham com isso, é assim que ela vai aprender a ser mãe.
- QUEM DISSE QUE ELA VAI QUERER SER MÃE?
Bom, pelo menos numa coisa concordamos, maternidade não é algo instintivo, é algo que se aprende a desejar a ser, ou não. Debaixo de muita violência, insistência e moralidade.
Assim, de forma geral, fica muito difícil escapar da rota predeterminada. Ainda criança, minha filha ganhou um jogo de tabuleiro, que se chama “jogo da vida”, muito simbólico. O jogo se dá no girar da roleta. A depender do número, o carrinho vai seguindo cartesianamente sua vida…. Nesse jogo você pode até ser um ‘sem profissão’, viverá com um baixo salário, mas o jogo continua, afinal, nessa estrutura que vivemos pra ‘ter rico tem que ter pobre’, já me disse um conhecido.
Porém, nessa trilha existem duas paradas obrigatórias: o casamento e os nascimentos dos filhos. Não adianta fugir. É regra. Não é possível não casar. Não é possível não ter filho.  Casar e ter filho são a base para o restante do jogo. Se você é homem usa bonequinho azul, se você é mulher usa bonequinho rosa. Lógico! O jogo também determina se seu filho será menino ou menina e aí, de acordo com isso, você encaixa o bonequinho rosa e azul. A partir daí, se conquista e se gasta muito dinheiro. E adivinha? Vence o jogo quem é ‘melhor sucedido’ e chega ao ponto de chegada rico.
Em uma intervenção numa partida entre minha filha e amigos na minha casa, subverti e casei com outra menina. Isso foi suficiente para o alvoroço ficar armado. Foi tenso perceber o quão parecia sem sentido, para aquelas crianças, aquilo seguir adiante. As crianças que disputavam a partida tinham por volta de oito anos de idade, e todas concordaram que se eu casasse com uma menina o jogo não poderia continuar porque eu não poderia ter um filho. Permaneci desobediente e casada com minha bonequinha rosa e o desconforto foi notório.
O jogo não é uma inocente brincadeira. Pelo contrário, é mais um aparelho pedagógico de domesticação da sexualidade, das categorias de gênero enquanto fixas e de perpetuação de valores e normas heterossexuais compulsórias que geram violência e exclusão. Mas me parece que a educação enquanto instituição está bem pouco preocupada com isso, para não dizer que ela silencia e corrobora com essas estratégias. O não posicionamento é posicionar-se.
Seguindo esse roteiro, na vida para além do tabuleiro…
Estudamos e trabalhamos para ter uma família, foi por isso que muita gente me olhava na adolescência e dizia que se eu não ‘desse um jeito na minha vida’ acabaria sem marido e sem filhos. Claro que sim! Faz sentido, esse é jogo da vida! Essa é a família que será mantida a QUALQUER CUSTO, sabemos bem quem sai violentada nisso. Sabe-se quem precisa entender que ser mulher é ceder, porque os homens são imaturos e nós mulheres sagradas precisamos nos manter santificadas e sucumbir pelo bem da família, já que essa é a estrutura familiar tida como fundante para a formação de um sujeito emocionalmente saudável. Quem carrega isso é a mulher.
Os desdobramentos disso eu vejo todos os dias. Enquanto mãe eu sinto na pele, nos olhares inquisidores, na deslegitimação de minhas escolhas contra-hegemônicas, no tomar as rédeas da minha vida. Muitas vezes sou acusada de ser uma mãe relapsa. Outras tantas de doutrinar meus filhos contra a pedagogia opressora. O que eu sei é que dando ‘tudo certo’ ou não, o ‘erro’ dx filhxs dos filhos será mérito meu.
Enquanto professora, sinto no impacto das relações entre meninos e meninas na sala de aula, entre o esforço para se manter as coisas nos seus devidos lugares, enquanto ainda se é possível. Pois a infância ainda é o lugar de controle e autorização para o exercício de normas perversas.
Vejo muitas mães se preocuparem em manter relações de amizade de menina com menina, porque ‘assim fica mais fácil na adolescência’. Aí a menina experimenta o corpo da coleguinha e é catequisada pela mesma mãe a obedecer a heteronorma. É preciso reproduzir, é preciso ser mãe, é preciso dar netos. Isso é enlouquecedor! Mas… Essa mãe certamente já experimentou carregar o fardo de ter que acertar o destino da filha.
O resultado dessa infância saudável é responsabilidade da mãe. Ainda que muitos (maus) comportamentos infantis sejam justificados pela ausência paterna, a culpa muitas vezes recairá sobre a mãe, que depois de não ter sido mulher suficiente para ‘segurar esse homem’, quase sempre não terá sido macho suficiente para suprir a falta dele na vida dessa criança.
A culpa é uma forte aliada nesse processo. O mito da maternidade enquanto sagrada se encarrega de enlouquecer corações maternos e desestabilizar a autoestima de qualquer mulher. A culpa pela ausência, culpa pelo excesso de presença, culpa pela falta de afetividade, culpa pelo excesso, culpa, culpa, culpa, o equilíbrio parece ser algo inatingível para nós.
Até aqui eu descrevo situações corriqueiras de mulheres cis, mas podemos sim fazer um recorte de classe e etnia, já que sabemos que as demandas de mulheres negras e de classes tidas como menos favorecidas, no que diz respeito à violência do discurso de maternidade, serão outras, muito mais específicas. Muitas crianças dessas mães não terão acesso ao jogo da vida, mas a viverão em seus dias e noites através de violência e até ludicidade e resistência.
Mas as opressões da maternidade não só respigam nessas outras mulheres. Sabemos que, por exemplo, esse é um discurso muito acionado, inclusive por mulheres cis, para deslegitimar o gênero de mulheres trans. Se não tem útero, não pode reproduzir, se não pode reproduzir, não pode ser mulher. Ora, ora… logo mulheres ativistas pelo direito ao uso do corpo, logo mulheres que precisam ir pra rua para dizer que não terão filhos porque simplesmente não querem ter se articulam no intuito de fazer esforços para utilizar justamente de argumentos que lhe desqualificam para se achar no direito de se apropriar da categoria mulher e determinar que as mulheres trans são ou não “de verdade”. No mínimo incoerente.
Os homens trans, então, têm o direito de reprodução deslegitimado completamente pelo discurso hegemônico da maternidade. Homem engravidar, numa sociedade em que a maternidade é mais um instrumento de garantia de poder masculino, é um afronta. É como se esses homens estivessem negando todo poder que “naturalmente” lhes foi dado.
Os desdobramentos não param por aqui, podemos falar de como a paternidade, não por acaso, se torna uma vivência muitas vezes silenciada, seja em suas conquistas e direitos como em seus privilégios ‘naturais’. Sobre isso caberia escrever outro texto.
O que eu quero com esse texto não é me colocar contra a maternidade, isso seria insano. O meu esforço é, mais uma vez, me colocar contra a imposição de um modo de vida. É desconstruir a tese de que só há felicidade na maternidade. Que uma mulher só será completa se for mãe. Isso é mentira. Muitas pessoas, por escolha ou falta de escolha, não são mães e resignificam isso, ocupam suas vidas com outras prioridades, trabalham de outras formas suas afetividades e constroem suas famílias em moldes outros. O que eu trago aqui é a forma como o machismo se apropria da maternidade para promover violência, exclusão em corpos e subjetividades que transitam por desejos outros que não o de procriar.
O importante é salientar mais uma forma de estruturação de gênero, que é cruel, e denunciar que, no jogo da vida, as paradas podem parecer obrigatórias, mas há várias linhas de fuga. Porém, o risco é constante e esse texto também é sobre João Antonio Donati, assassinado cruelmente, e é também sobre a morte diária de travestis e pessoas trans* que são assassinadas por não seguir uma das normativas básicas do jogo da vida.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Palavras que não vi

Nunca tinha reparado em como essa letra é linda....  

As Palavras

Vanessa da Mata

As palavras saem quase sem querer
Rezam por nós dois
Tome conta do que vai dizer
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração
Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei, não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração
As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer
Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem
E não ser meu mal
Reabilite o meu coração
Composição: Vanessa da Mata

domingo, 7 de setembro de 2014

Alucinação

Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Nem em tinta pro meu rosto
Ou oba oba, ou melodia
Para acompanhar bocejos
Sonhos matinais
Eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Nem nessas coisas do oriente
Romances astrais
A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais
Um preto, um pobre
Uma estudante
Uma mulher sozinha
Blue jeans e motocicletas
Pessoas cinzas normais
Garotas dentro da noite
Revólver: cheira cachorro
Os humilhados do parque
Com os seus jornais
Carneiros, mesa, trabalho
Meu corpo que cai do oitavo andar
E a solidão das pessoas
Dessas capitais
A violência da noite
O movimento do tráfego
Um rapaz delicado e alegre
Que canta e requebra
É demais!
Cravos, espinhas no rosto
Rock, Hot Dog
"Play it cool, Baby"
Doze Jovens Coloridos
Dois Policiais
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Cumprindo o seu duro dever
E defendendo o seu amor
E nossa vida
Mas eu não estou interessado
Em nenhuma teoria
Em nenhuma fantasia
Nem no algo mais
Longe o profeta do terror
Que a laranja mecânica anuncia
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais
Amar e mudar as coisas
Amar e mudar as coisas
Me interessa mais

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Pra mim

Ela é a moça que sonha
O tempo não lhe escorregar
Seus segredos
Não vem a tona
Porque hão de se preservar
Como pode assim um coração
A sete chaves se trancar
Pode esconder a emoção
Com tanta ternura no olhar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela tem na ponta dos dedos
O caminho que trilhar
Parece sofrer com a espera de tudo que sonhar
Mas é seu jeito de levar
Qualquer coisa que lhe destoa
É pouca para lhe faltar
Sabe a hora de rir à toa
E também a hora de chorar
Ela pode ter um novo amor
Para em mil pedaços revirar
Peca na incerteza da paixão
Mas num passo sabe contornar
É só lembrar pra ver
É, parece que ela sente as cores do vento
O destino que traçar
Parece temer a força que vem de dentro
Encantar, pra nunca mais deixar
Pra sempre me levar - maglore

domingo, 31 de agosto de 2014

Soul

"Porque foi calma a tempestade
E tua lembrança, a estrela a me guiar" Renato Russo


Esse post é sobre a saudade. E sobre canalizar o amor pra dois seres lindos que desde que vc partiu de mim ocuparam ganharam todo nosso amor, nossa amizade e cumplicidade.... nossos planos irrealizáveis e risadas sem sentido.

E tem horas que olho para minhas meninas e vejo vc me olhando. E ai ....me lembro de Renato me dizendo: 

"Meu orgulho me deixou cansado
Meu egoísmo me deixou cansado
Minha vaidade me deixou cansado
Não falo pelos outros
Só falo por mim
Ninguém vai me dizer o que sentir"

Lhes apresento a quem recebe nós, Mitta e Izza:








domingo, 24 de agosto de 2014

oxe, já?

incrível esse segundo semestre meu, sempre cheio de coisas. Se eu for fazer uma planilha gráfica de vida pra saber a fase do ano que minha vida começa a se movimentar num ritmo quase que descontrolado , eu tenho certeza que o gráfico chega ao pico entre os meses de agosto a fevereiro...depois a queda disso chega ser uma queda ao precipício. loucura. Isso aparece claramente em minha movimentação aérea. Fiquei tão quietinha esse ano. Viajei pro vale do capão, e depois uma intensa viagem sozinha...aquela que eu preciso fazer anualmente. Achei que permaneceria assim. mas minha inquietação aquariana sai de mim... meus erês inconsequentes começam a querer aprontar e a senhora dos ventos me leva junto com ela. Êparrey SalOyá!

e lá vou eu, para terras sulistas de novo. Esse ano nordeste saiu do foco do meu destino. Setembro floripa, outubro Sp, novembro Sp de novo.... BABADO!

O que sai disso acho que só sensações, de distancias encurtadas, saudades inquietas e desejos borbulhando... no mais é tentar voltar sã e salva. Pelo menos agora eu tenho casa pra voltar. Que o novembro seja doce.

domingo, 17 de agosto de 2014

16 de agosto.

6 da manhã atordoada em Natal entrei no ônibus. sem dormir, sem sem sem.... completamente sem.

e ai debaixo de chuva, cheguei , exausta e inexistente , dirigi por vários quilometro sem saber que ele já estava no hospital indo embora, pra sempre. Um ano. Já.

domingo, 20 de julho de 2014

envelhecer

sobre a noção de tempo. Suspeito que envelhecer seja o processo de perceber o tempo voar.
Dez anos, viram só uma década, e outro dia uma década era tudo que eu tinha.

voa....voa...e lá vou eu.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

ahhhh John!

Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decido a minha vida.
Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol
Porque bate lá o meu coração.
Sonho e escrevo em letras grandes de novo
pelos muros do país.
João, o tempo, andou mexendo com a gente sim.
John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente
Queeeeeente, queeeeeente....
Saia do meu caminho, eu prefiro andar sozinho
Deixem que eu decido a minha vida.
Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol
Porque bate lá o meu coração.
Sob a luz do teu cigarro na cama,
Teu rosto rouge, teu batom me diz
João, o tempo andou mexendo com a gente sim
John, eu nao esqueço(oh no, oh no), a felicidade é uma arma quente,
Queeeeeente, queeeeente....

sábado, 12 de julho de 2014

mas tudo bem...tudo bem...tudo beeem....

Essas imagens estão sendo divulgadas no  facebook  e eu não sei a autoria, publiquei aqui , porque tudo de Renato é parte de mim e de alguma forma, fala de mim.