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quarta-feira, 30 de março de 2011

O poder do dente

Eu nunca soube o que é dor. Pensei que soubesse. Incrível estudar sobre dor sem saber como ela é de fato.Nessa semana vivi a dor,crua e nua, a dor capaz de derrubar peão. Posso dizer também que conheci bem de perto a verdadeira Loucura. Num momento exato me dei conta que a dor não parava , aumentava, doia o ouvido a cabeça...um lado inteirinho do rosto paralisado de uma enlouquecedora dor.
Encontrei algumas almas boas. Me lembro de pouca coisa porque chegou num ponto de dor que a realidade sumiu da minha frente.

Posso inclusive relatar o momento que a pouca racionalidade que me restava , em busca de socorro odontologico , sem sucesso, olhei para a janela do 11o. andar e pensei com um resquicio de lucidez:

"essa é a dor capaz de tudo. A tal dor que parece que nunca vai passar e que nos faz enlouquecer."

Adiferença é que eu sentaria naquela bendita cadeira e algo ia fazer párar.

....aaaah se fosse...


Seis tubos de anestias locais e nada.O corpo começou a reagir às duas horas de dor aguda.A cara do dentista nao era das melhores. Mexeu, mexeu e simplesmente disse q ia passar,mas se eu saisse dali daquele jeito, sinceramente nao sei o que aconteceria...aliás..não sei ao certo o que aconteceu. Depois de pagar a fortuna, meu bem percebeu que n tava bem ,muito choro, falta de ar, tremedeira, e dor uma dor capaz de irracionalizar!

Abri os olhos numa cadeira de rodas, abri de novo numa maca, abri de novo pessoas estranhas ,  ruidos conhecidos, palavras soltas "morfina", "stresse","lexotan","dor aguda","trauma"....

Acordei de verdade algumas horas depois no Hospital São Rafael, completamente drogada, sem dor, finalmente e feliz por estar viva. Ali já começou a minha retardada  reflexão sobre o corpo e a saúde. Eu sempre fui meio burra, assim  chamo pessoas que como eu não acreditam em depoimento,em história , historico, pessoas que como eu precisam viver o poder de destruição das coisas, das relações, que como eu escolhem o inconsequentemente mesmo sob tantos olhares atentos de pessoas tão vividas.

É clichê e óbvio dizer que pensei em meus filhos, mas a vida é um clichê!  Pensei em minha postura, pensei em quem estava de meu lado, pensei em tudo que li e estudei sobre a dor. Pensei, penso e pensarei.

O dente?

Aqui, como uma rocha, desafiando a todos....
as horas dele estão contadas e o azar, ainda,  é meu.

4 comentários:

Anônimo disse...

Belo texto.

Carla Freitas disse...

esses anonimos...soh admirando delonge hahaha,dou meu dente pelo teu nomee haaahaaahha

Gabriel de Aquino disse...

olá!!! tbm fico d cara com os anônimos, pois gosto de saber quem frequenta meu blog para agradecer a quem o prestigia, mas tem muita gente envergonhada por aí...

me tornei o seu mais novo seguidor, achei bm interessante o teu gosto por legião, chico buarque, etc.

quando puderes, dê uma espiadinha no meu blog
www.gabrieldeaquino.blogspot.com

lá irá encontrar trechos do meu livro "A Regressão - Memórias de um Assassinato", bem como minhas músicas e músicas de amigos meus.
Abrç, Gabriel

Carla Freitas disse...

iepa1 gabriel, prazer recebe-lo aqui, volte mais vezes...indo lá, correndo, ver o seu.bjs.