Ultimo dia de agosto. Tinha que ser.
O dia começou já dizendo tudo.
Acordei atrasada e na porta de casa, esperando o carro passar, me dei
conta que vesti a calça jeans pelo avesso. Que tipo de pessoa veste uma
CALÇA JEANS pelo avesso? Vou pra escada do prédio desvirar a calça.
Lógico que alguém ia sair de casa bem as 6 da manhã ( hj é dia de golpe
babyyy) e me ver trocando de roupa no meio da escada. Vai embora agosto!
Calma, respira. Quem, estando a beira de um golpe parlamentar, se preocupa em vestir uma calça do lado certo? Me perdoo.
Na rua, o dia está normal. NORMAL. Não tem nenhum sinal de fumaça nas
ruas. Nenhum pneu incendiado, nenhum corpo no chão, nenhum sinal de
bomba, ninguém acampado em lugar nenhum. Nem os cartazes. Nada. As
pessoas estão em seus carros, seus ônibus, indo bater seus pontos...
talvez se lembrem que dia 5 tá chegando, que a primavera vem vindo, que
hj é dia de Xangô e Iansã... talvez, até pensem: hoje o GOLPE será
consumado.
A cabeça dói. E aumenta ao longo da manhã... e o corpo começa a dar sinais. Eu somatizo sempre. Merda de corpo burro.
Meio dia já sou a pessoa mais pálida da cidade, e me dirijo a uma
emergência de um hospital perto de casa. E de lá assisto a vida seguir,
medíocre, enquanto a TV cobre o golpe parlamentar no mudo. Silêncio.
Ninguém se mexe, nada. Só meu corpo grita junto com resultado do meu
exame: RINOSINUSITE CRÔNICA.
Venham cá amigues, vamos se abraçar ,
se cuidar e começar a planejar a guerra civil, pq o roubo já aconteceu, a
constitucionalidade é uma fraude. Não me chamem pra escrever carta de
repudio e caminhar pacificamente, eu quero é linha de frente.
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