Google Analytics Alternative
Google Analytics Alternative

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Vai.

tem gente que é burra por opção. Tem gente que é burra por falta de opção. Tem gente que usa da burrice pra manter seus privilégios e continuar se beneficiando deles, ou seja, é canalha. Tente gente que não aceita outras verdades.outras possibilidades.

O caminho do empoderamento é um só.
Depois que a gente caminha junto com outras mulheres, depois que reconhecemos o quanto o mundo é perverso e desigual conosco.... é impossível colocar outras coisas acima disso. Impossível voltar atrás.

Eu venho caminhado nisso há quase 7 anos. Sempre fui inquieta , sempre questionei as normas. Sempre me causou um grande incomodo a cegueira. A obediência pela obediência, nunca me convenceu. Mas quando eu fui compreender a estrutura social, e como se dão as relações de poder, uma grande transformação aconteceu comigo. E eu ainda estou nesse processo.
Durante esse caminho, muitas relações se fizeram, e muitas, se refizeram, e de um tempo pra cá, se desfizeram.

Eu nunca fui de descartar pessoas. Eu sempre fui romântica. Romântica no sentido de acreditar sempre no melhor das pessoas. Sempre pensando que mesmo que aquela pessoa me mostre o pior dela, tem uma coisa ali que pode ser modificada, tem um pontinho ali que pode ser regado, que pode servir pra nutrir o que construimos de relação.

Na minha caminhada precisei me desfazer disso um pouco. Eu que sempre fiz questão de juntar, de somar, de investir com e nas pessoas.... isso é de um desafio incrível.E nossa... como me doía... como foi difícil. Pra quem sempre deixou portas abertas, trancar algumas delas para sempre.... com cimento, dói.
Pra quem sempre fez questão estar perto e mover o mundo, nem q fosse por uns minutos de felicidade, de troca.... dói.

Eu aprendi muito nesse processo. Aprendi a conhecer meu limite, aprendi que eu não preciso ter todas as pessoas do meu lado, custe o que custar. Porque uma opinião não é só uma opinião... uma opinião pode ser ofensiva, pode ser violenta, pode oprimir outras pessoas, pode dizer muita coisa sobre o que vc é e o que vc está dispostx a ser.

Ao longo do tempo, precisei dar tchau a lindas historias, precisei colocar prioridades na minha vida. precisei dizer: agora chega. A despedida nunca é fácil. Meu luto dura muito, e eu nem sempre estou certa de que estou pronta pra me desligar...... mas eu sei que me sinto muito mais coerente e feliz comigo.

Não é só em nome de uma luta. E se fosse, ainda assim, seria legitimo. Mas nesses casos, específicos, onde vejo pessoas indo embora de perto de mim, e as deixo irem mesmo, faço pq me faz mal tê-las perto de mim a qualquer custo. As vezes me sinto como imagino que seja conviver com uma pessoa em estado terminal.... Aquele corpo não tem mais por onde viver, não sabe mais como fazer isso, mas o apego da gente faz querer ele ali de qualquer jeito...mesmo que apodrecendo em nossa frente.
Eu entro numa briga sangrenta comigo mesmo.
Cheguei a conclusão, então, que o apego deve ser a história, a lembrança, e não a materia. Pq é a materia que fode tudo. O que foi construido ate ali de sensação, grandeza e beleza, pode estar a salvo num campo lúdico, onde é possível deixar o romantismo acontecer. E fazer disso virar letras, sons e saudades. Melhor assim

Mas eu preciso deixar uma coisa desenhada:

Eu não quero só pessoas que pensem como eu, eu não quero pessoas que só lutem do meu lado. Não. Não é isso. Logo eu que penso e luto pelas diferenças....Mas eu preciso estabelecer relações, sejam qual for, com pessoas que escutem. Dialoguem. Eu preciso de pessoas que me olhem, e reflitam, se estejam dispostas a se rever, e me façam rever, mas não como querem que eu me veja... e sim, como um processo de auto critica nosso. Isso pra mim hoje define quem fica e quem sai da minha vida.
Eu não quero compactuar com violências, mas tb não quero me fechar a uma possibilidade de compartilhar crescimentos com alguém. E vou vivendo negociando isso com quem quer.

E eu sei do meu limite.

Eu jamais vou permitir que me façam de instrumentos de molecagem para com outras mulheres. Isso engloba muita coisa, não serei escudo, nem arma Nunca mais na vida. NUNCA. Eu nunca mais vou compactuar com a violência a outras mulheres, eu nunca mais vou permitir que homens ou mulheres algumas usem da minha luta para tentar me inferiorizar, para me taxar como uma coisa ou outra e me reduzir a isso.. Eu nunca mais vou aceitar jogos perversos de opressão contra quem quer que seja, só pra manter um vinculo, e fazer vontades aos corações e desejos, de quem quer que seja. Porque isso me agride também. Porque eu jamais vou encontrar qualquer prazer ou felicidade nisso.

PELO CONTRÁRIO.

Meu tesão vai embora com gente perversa. Meu tesão vai embora com quem acha que o mundo está a seu dispor e que suas urgências são as maiores do mundo e que é a pessoa mais incompreendida desse mundo. Que pauta sua vida a partir da narrativa de que é vitima de uma serie de coisas , como se não tivesse participado de tudo, como se fosse possível não ser protagonista de suas escolhas.
Eu não tenho paciência. e não sou obrigada.

Eu fiz esse post nesse momento de reencontro comigo, essas mudanças são contínuas e não são lineares, e vão e vem..... e a cada vez q eu vou lá, e retorno, eu volto mais forte para mim, e percebendo o quão eu gosto da mulher que eu sou hoje.

Eu faço esse post pq pessoas vão embora.

Mas eu estou certa que isso é muito mais um problema seus do que meu.

E certa de que cada caminho é um, e que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Essas pessoas vão embora, e eu deixo ir, pq antes disso, eu dei todas as chances de ficar.

Esse post tb é pq agosto acabou. ACABOU.


Primavera Nos Dentes

Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera

ney matogrosso 

Nenhum comentário: