eu ainda não vivia a turbulência de hoje, nem de perto
e as coisas sequer tinham desandado
eu ainda não desmoronava
se bem me lembro ainda vivia a tentativa da plenitude
mas de algum jeito, a minha afinidade com o disco era mais que musical, quase um oráculo de tudo que eu viria me tornar, temporariamente
Esse disco de Gal me tocou profundamente. Eu comecei a pensar as coisas que penso hj ,sobre mim , ouvindo ele, eu passei o ano vivendo cada musica dele, em cada fase do caos que se tornara minha subjetividade. Eu ainda conseguia prever que morreria de desamor ouvindo ele.
e escutei dez mil vezes, se ainda fosse aqueles discos físicos eu teria furado, de tanto que ouvi.
Gal fala de amor e de relações de um jeito tão atravessador a tudo que eu vinha conquistando e construindo na concepção sobre o amor e todos os outros sentimentos que envolvem ele, que cada musica passou a ilustrar uma reflexão que eu conseguia desenrolar.
Um tempo depois já no meu aniversário, esse ano, dia 14 de fevereiro desse ano, vésperas de carnaval, eu tava no show dela, de costas pro mundo, de frente para ela. Era como se conversássemos profundamente sobre tudo, e naquele momento que já era tão claro pra mim , que tudo ja desmoronava, que nada mais seria possível diante de tudo que vinha sendo atingido, do mais sagrado de mim.
se eu pudesse eu ficava nua, ali mesmo e fazia um musical, eu e Gal
onde eu só ia fazer isso, tirar minha roupa , e me entregar a toda dor que fosse possível, pra sentir de uma vez tudo, ate acabar o show
que sonho
mas nada acabou ali
talvez um pouco mais da minha paciência com aquela incansável falação sem fim,
naquela noite me lembro bem de so querer dormir , profundamente
depois dali , foi só inquietação pra chegar onde estou
por aceitar que nada ali era suficiente pra mim, porque não queria ser
que nada mais poderia crescer
como é difícil abrir mão mesmo assim
ah, Gal, hj vc doeu mais q nunca
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