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quinta-feira, 30 de julho de 2020

Nuvem Cigana, Bituca na cama, Travessia, e Meus vendavais. Sexta-feira [PANDEMIA]

Um dos últimos shows que fui antes disso tudo, foi na concha acústica, Milton Nascimento. A vida era outra em muitos sentidos, eu estava com a minha amiga, muito louca por ele. foi incrível. Eu me emocionei do incio ao fim. E desde lá não desgrudei mais dele. é como se ele traduzisse meus anseios, e como se e tivesse mais perto de meu véio. Meu pai de coração .É como se voltasse no tempo, e ao simultaneamente me levasse para um tempo  outro ,descolado daquele que eu vivia. Um presságio,um túnel do tempo, um lapso temporal, que me acompanha desde de lá.

Em fim, então, o show aconteceu e minha alma ficou um pouco lá, e um pouco divagando. Nos reencontramos ali, naquela live, naquele dia. eu e minha alma perdida. Tão sozinha que estava e tão feliz ao mesmo tempo dando conta de mim e de minhas angustias, resolvendo comigo as minhas pendencias afetivas e emocionais. lembrando tudo que eu sentia de desassossego naquele show, quando "tudo parecia nada e ainda assim , o nada era mais do que o que vc deixo no fim". 

ali tava tudo tão turvo, e agora tudo claro. Bituca tem me curado cotidianamente, através de suas letras e melodias, de nossa ligação que vem da minha infância , que está para além de ele saber , pq musica é isso, um 'religare' ao nosso sagrado e ao nosso profano, a nossa subjetividade e por isso tem poder de cura e compreensão. Milton me constitui enquanto sujeito, mesmo sem saber de minha existência, e não há forma mais integral de se amar. 

Eu sei que vai ter outra live na próxima sexta feira(31), ultlimo dia desse mês , que pode significar o fim de uma era, de uma temporada, e o início de uma outra....e nessa vai ter muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, dentro, fora de mim. 

Vai ser Milton com Xênia e Liniker, cantando Ele. E vou tá em tantos lugares ao mesmo tempo nesse dia, que eu já comprei meu gim. Já to me organizando emocionalmente pra receber isso, pra dialogar sobre tudo que caminhados desde de aquele show, de onde eu vim e onde eu estou.

 Lembro que eu cheguei ao ponto de sonhar que Milton chegava aqui na  cama que montei na sala para assistir ele, e deitava de meu lado e conversava , e foi tanto assunto, ele me ouvia com os olhos e a cada palavra que eu dizia , uma nota de uma música surgia, eu tava bêbada, ok, mas não foi só bebida não, foi um encontro astrológico, subjetivo, espiritual e emocional. tudo junto mesmo. Eu acordei sarada de muita coisa. 


Para essa sexta, a vida já mudou de cenário, personagens, eu já estou de outro jeito que outrora me parecia impossível de estar. Me sinto organizada , a ponto de desorganizar.

Ontem na terapia , consegui falar para Clara tudo que tava me tomando essa semana, e como eu me sentia, ouvi umas reais dela, tomei meus sacodes, e minha acolhida também. Pensei no meu percurso e nos recursos que construí para chegar onde cheguei. Sair do estado de negação.

Tem sido muito importante poder ter aquele espaço de escuta, eu tenho me tornado uma pessoa confortável em mim, e acho que esse é o caminho. Quase sempre é muito difícil falar, sair do lugar, sem me conectar com as emoções,e parece que somente ali eu me permito aquilo, e tem dias que não estou disposta, e tento fugir. Ontem eu tava ansiosa pra contar os últimos acontecimentos de minha vida, e me ouvir falar daquilo tudo me fez ver linhas de fugas e reconhecer a linda caminhada que tenho feito. 

Talvez eu esteja encontrando um caminho possível entre tantas coisas para dar conta.

E a questão era: ta pronta pra Milton sexta? Tá pronta pra receber tudo que vem de lá? E todas aquelas restrições, tá conseguindo abrir mão? Não sei. O fato é que eu preciso construir novas memórias e marcas em mim.  Que seja!

Se  vo-cê  dei-xar  o  co-ra-ção  ba-ter  sem  me-do




 

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