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domingo, 15 de abril de 2012

Micro-política anti-machista do lar

Eu não vejo melhor caminho para reciclarmos os costumes das relações Pai X Filho -  Mãe X Filho do que a reformulação da própria dinâmica familiar.

A deficiência é tão grande  e pautada tão fortemente no machismo que o sujeito entra em casa depois de um dia de atividade cheio e age como se o filho fosse um chocalho, brinca, sacode e tchau.
Quando questionado sobre seu papel na paternidade, ele joga o trabalho em questão justificando o cansaço e ausência do exercício pratico de ser pai. Ignorando completamente a demanda de atividade da pessoa que irá assumir o que é de sua responsabilidade, a mãe, a vó, ou baba.

O que vem por trás desse discurso praticado é o entendimento errôneo e determinista de que a mulher "tem mais pratica" , é possuidora de um "dom materno especial" que a faz dar conta de todas atividades, trabalho,estudo e todos os filhos.

É simples assim, chegamos em casa juntos, marido e mulher. O marido já contando que "alguém" vai suprir o que é também sua obrigação, senta na mesa e come, sem nenhuma preocupação com a comida do filho. Ele simplesmente, naturalmente sabe que alguém , provavelmente do sexo feminino, fará.

O marido chega em casa junto com a mulher. Alguma vez ele entra e leva o filho ao banheiro? Não. Pelo contrário. Ele entra toma o banho tranquilamente, sai do banheiro e vai pra varanda... porque alguém certamente tem mais "jeito" para dar banho no filho que precisa que alguém dê banho.

Em fim, a lógica machista age de diversas formas. E está latente no dia-a-dia inclusive de quem se diz muito politicamente ativo, contra as injustiças.... vem em frases assim que soam inocência... " ô amor, filhinho precisa almoçar." , "ô amor, filhinho precisa tomar banho...." Ele age carinhosamente , sugestivamente no comando da tarefa nunca no exercício dela.

Para um homem machista nenhuma atividade que a mulher, mãe ou baba faça será tão consumidora do que a dele...  é por isso que temos desde bebezinhos não só dar carrinhos e jogos estimulantes pra nossas filhas conquistarem atributos da masculinidade que lhe darão alguma chance de ter poder na vida.... é muitíssimo importante que nossos filhos meninos, brinquem de boneca, troquem a  fralda, se deem banho...aprendam a  ser mães. Porque se pra menina ter que aprender a ser menino é uma estratégia de sobrevivência num mundo onde o homem é referencia de tudo que é melhor.... para ao menino aprender a ser menina é questão de um mundo menos machista, mais solidário, com crianças mais saudáveis e autônomas.

O que faz hoje em dia um casamento dar certo é sem duvida a qualidade da relação amorosa, afetiva e sexual. Porque, muito facilmente, a mulher de fato se adapta com ausência desse "pai do filho" dentro da própria casa e esse muitas vezes este homem  lhe invade a ponto de, além de ser desnecessário, passa a ser um peso invasivo em sua rotina, planos e entranhas.

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