Google Analytics Alternative
Google Analytics Alternative

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

não se ama, amor, em vão (PANDEMIA)

 (ao som de Leoni, assim, bem cafona)


terminar uma relação é sempre um movimento muito particular. Por mais que a gente tente fazer isso ser uma coisa do casal, a verdade é que cada um vai terminando dentro de si do jeito que dá. Há muito tempo eu venho analisando meu movimento de ir embora das relações. Do mesmo jeito que sei quando uma grande paixão está para me arrebatar, eu sei o exato momento que o amor começa a ir embora, e minha primeira reação é sempre dar sinais, dar sinais, falar sobre, pedir socorro para meu par....e eu posso tentar fazer ele ressurgir, eu posso lutar contra o fim o tempo que for, mas aí, alguma hora eu canso de sofrer e começo a entender e aceitar, e aí fico assim de noite.... na cama,  agarrando a pessoa em silêncio, com um medo grande do que vai vir e querendo aproveitar o máximo possível do amor que ainda há. 

e ai todo abraço vira uma pequena despedida, e uma das formas de ritualizar o sentimento que vai embora, é lidar com ele, eu me apego fortemente a todas as melhores imagens que criamos, todos os bons momentos. Isso é meio doido e talvez torne isso mais dramático e doloroso, mas acho tão mais triste acabar uma relação deixando todas as memorias desintegrarem em sentimentos ruins....por isso tb eu tente sempre terminar sendo amiga da pessoa, mas tb n posso querer isso sozinha. 

Eu lembro da voz rouca, recrio a imagem dele dedicando uma música para mim (uma das poucas declarações de amor que me deu), a mão no meu pé, as besteiras repetitivas que fazem dar risada, virando o ouvido pra me ouvir falar coisas na hora do amor, os cachinhos caindo em meu rosto enquanto aquecíamos o corpo um no outro, a bagunça na casa ( disso sinto pouca saudade), as vezes olho pra minha estante e não vejo as roupas emboladas e acho estranho, o vazio da falta dos memes de manhã cedo, os mil assunto misturados sobre tudo que é coisa que tiver passando pela frente dele... a forma infantil de sentir ciume e lidar com seus próprios sentimentos... tudo um grande arsenal de saudade que não precisa morrer afogado nas lágrimas.

Quando a  gente aprende que não vai morrer de amor, a gente aprende a conviver com a saudade, e fazer dela algo possível de ser, sem que necessariamente nos leve para o lugar que estávamos e que não estava mais bom. 

E apesar de tentar evitar, me pego pensando em quais será que são as memórias que ele tem... o que ficou de saudade boa, de memória de afeto, o que será que faz lembrar de mim? 

Quando será que ele se deu conta que eu fui embora? qual exato momento que ele me viu sair de verdade? o que será que sentiu... Como decidiu viver sem tudo que fomos? como tem sido seus dias sem procurar meu nome de whatsapp? Será que já passou um dia inteiro sem lembrar da minha existência? ou será que tudo isso foi apagado pela grande sensação de alívio?

No que me dói mais acreditar? 

Como foi o dia que sentiu desmoronar tudo em sua volta? será que lembra, como eu lembro como foi comigo? Como tem sido sua cronologia?


E quando tudo isso se transformar em algo que não seja mais dor e mágoa, e a gente se deparar só com a  amizade, como vai ser? falaremos sobre isso tudo? vamos nos desbloquear da vida virtual, e qual vai ser nosso primeiro assunto? 

Amor é uma coisa doida viu? 

porque pensamos nisso tudo? 

até quando?




Não se ama, amor, em vão




Nenhum comentário: