Google Analytics Alternative
Google Analytics Alternative

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Subserviência emocional [PANDEMIA]

 ~Estar atenta a todos os movimentos, de lá, que reverberam cá. E movimentar-se também, conforme a melodia.

Me dei conta, de novo, como a subserviência afetiva e emocional nos custa caro. Já tem um tempo que defendo que as separações são muito doloridas porque não sabemos construir o final de nossas relações. Deixamos chegar ao esgotamento, a impossibilidade de diálogo e manutenção do afeto, quase sempre.

Dói demais mesmo separar, porque sabemos que um projeto de vida está findado, e não só isso, que já é dor demais, mas quase sempre sabemos que ali finda também uma trajeto de companheirismo, de amizade, de ter com quem trocar e dividir. [Estou aqui falando de relações minimamente saudáveis. Pq sim, tem algumas relações que a gente só chora pelo tempo que se demorou nela e se puder nunca mais ouve falar o nome da criatura.]

Passei a pensar na construção desse fim, como possibilidade de transformar o sentimento centralizador naquela relação em sentimento outro, também de companheirismo, amizade e afeto. 

Hoje percebo que isso é um movimento também de subserviência emocional. Primeiro porque isso é uma demanda quase sempre solitária, não percebo os homens que me envolvi se movimentando nesse sentido.  Tem muitas coisas aí:  as minhas marcas subjetivas da dificuldade de ir e deixar ir de uma vez, e também as marcas do outro de preferir ir logo, de uma vez pra sempre, e simplesmente não pensar nisso.

Com o pai de meu filho fui no meu limite , estiquei o fim da relação por mais 3 anos, e foi bom, durante esses três anos, organizamos nossa vida principalmente para garantir o minimo de organização estrutural para nossos filhos,e para ficarmos bem. E conseguimos nos manter minimamente afetuosos um com o outro, até viajamos juntos .... e rimos de nós. 

Porém isso me custou bastante emocionalmente,


Na última relação, por mais que ele tenha vivido todo meu movimento com o pai de meu filho, por mais que tenhamos conversado sobre isso (eu falando e ele ouvindo)  e que eu entenda que cada um lida de um jeito e tem seu tempo de elaborar as coisas. Penso que isso isso também de me dá o direito de não querer funcionar do jeito possível para ele. 

Num movimento de cuidado com ele, e de entender suas marcas, construí o fim da relação como sempre fiz, sozinha. E dando meus sinais sobre o rumo disso. Quando o tempo chegou, tentei de todas as formas suavizar a perda, tanto para mim quanto para ele. Arriscar um contato cuidadoso, e quem sabe ate um minimo de relação. 

O que acontece é que estou falando de uma pessoa completamente imatura emocionalmente, com histórico de relações superficiais, e sem a menor condição de manejar suas emoções. 

Além de se tratar de uma pessoa MUITO auto centrada.Com muita dificuldade de olhar para si, o que significa dizer quem em todos os conflitos que eu o vi se meter durante nossa relação, nunca , jamais o vi reconhecer sua cota de responsabilização, apesar de eu forçar muito a barra para ele se enxergar, a culpa era sempre do outro. Seja qual fosse a situação. Na melhor das hipóteses por motivos espirituais (de inveja , olha só a treta vinha pra ele...tipo as tranças de Rapunzel).


Cheguei no meu limite da exaustão emocional, quase sucumbi a loucura em sua pior forma.


Ainda assim no fim, eu quis ficar bem, eu tentei ganhar esse espaço: 

SUBSERVIÊNCIA EMOCIONAL INCONDICIONAL

Ontem no dia de TEMPO, eu recebi mais um lembrete de porque jamais daríamos certo por mais tempo, a criatura sofre de Síndrome da Arrogância pela Superficialidade .

Uma criatura que mal consegue sair da casca de nenhum assunto. E quando consegue uma casca mais durinha de se quebrar, se torna dono de toda verdade universal. Parte disso é composta pela auto estima delirante da masculinidade. Outra parte é do complexo de inferioridade que lhe acompanha e que entendendo do q se tratava, tive muita paciência, fui muito subserviente. Deixando-o inclusive se apropriar de ideias minhas para que ele se  sentisse mais perto da profundidade.

Isso não é uma queixa minha, isso é dado de realidade da maioria das ex-namoradas dele, isso quem confirma isso é a rede que vem se formando de mulheres que trocam informações sobre os homens, para que a gente  antecipe possíveis  situações e tenha direito de escolher arriscar nossa sanidade ou não.... 

Muito cansada disso, entendi que estou me colocando num lugar muito escroto. Decidi que eu que não quero conviver com isso  de jeito nenhum eu que não quero ser subserviente incondicional de ninguém. 

Eu não preciso disso. Inclusive eu terminei com essa história amorosa porque eu não queria mais lidar com isso. Porque mesmo eu devo ir atras disso agora em um outro formato? Que sentido tem isso?

A pessoa me dá todos os sinais que quer se afastar pelos motivos dele. eu respeito, e quando falo tento ser respeitosa, cuidando do nosso momento de afastamento e com carinho pelo que vivemos, apesar de toda irresponsabilidade dele para comigo. O cabra me tira das redes sociais, mas me mantem no zap, quando fala comigo não me pergunta se tô bem, se preciso de algo, fala como se tivéssemos continuando uma conversa de ontem, despeja seus projetos, seus problemas, suas reflexões aleatórias, e de vez em quando ainda me da umas patadas desnecessárias e desproporcionais, fazendo questão de demonstrar uma certa frieza ao falar comigo.....jamais fala de como ta esse fim, de como tem lidado com isso, muito menos pergunta nada sobre isso pra mim. OI? Sério Carla que cê ta buscando isso pra você? 

Eu não quero. Eu serei autora dessa decisão, eu tomarei as rédeas disso. E fim.

Eu preciso dar um basta nessa subserviência emocional, se nem o amor por ninguém há de ser incondicional, porque esse excesso de cuidado com o que não depende só de mim?

A melhor coisa de viver de forma minimamente coerente com nossas concepções e ficar tranquila sobre ter feito tudo que podia.


Outra lição muito importante para mim: as doenças subjetivas de um casal precisam ser conciliáveis, caso o contrário, será enlouquecer alguém.










Nenhum comentário: