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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Tão pouco [PANDEMIA]

 Há muito pouco tempo raspas e resta passaram a não fazer mais anto sentido para mim


ainda mais no que se refere a relações.


No meu ultimo casamento, que durou dez anos, estabeleci um nível alto (para os parâmetros existentes- talvez por isso eramos um casal admirável aos olhos dos outros) de noção de companheirismo, e noção de cuidado do outro. 

Tínhamos outras questões, questões de tempo de relação, de desencantamento pelo tempo difícil que passamos, de falta de coragem de assumir nossos outros desejos.,..mas foi uma relação que conseguimos construir uma aproximação muito foda com a noção de equidade, troca, cuidado de si e  do outro e parceria.


Isso foi ótimo. Fizemos isso meio que intuitivamente ao longo na nossa caminhada muito puxado por mim... afinal... homens.... Saímos maiores tanto ele quanto eu. Tanto que  depois disso, o 'tão pouco', passou a se fazer existente muita rápido para mim. talvez antes desse casamento, eu demorasse muito longos anos para desnaturalizar o 'tão pouco', a  migalhinha afetiva de cuidado de mim pelo outro. Depois que tive essa relação , eu não me demorarei mais em lugar nenhum. Pq depois dela eu passei a pensar que é possível, e é.E nessa construção eu tinha um parceiro massa, que apesar de dentro dessa estrutura e fazia uma escuta honesta sobre tudo q eu trazia sobre minha inquietações.


Eu passei então a me dedicar a não acreditar mais que qualquer coisa pode ser bom. Não. Eu tenho uma expectativa sobre as relações, eu tenho uma noção de parceria garantida, eu tenho um investimento alto no cuidado com o outro, e isso precisa ser troca. 

E se não for, eu logo sentirei. Já passou o tempo da minha vida em que eu deixava a minha subjetividade domesticada me domar, e seguir pelas trilhas do encantamento pelo que não posso ter, pelo que não posso ser. 

Uma das maiores aquisições da militância que faço é o auto conhecimento, e a necessidade de terapia me trouxe aquisições ainda mais relevantes , como a noção e a implicação prática do não se demore, onde não se sentir valorizada no que vc acredita ser importante. Não se demore no que o outro determina como importante para você.

Para se estabelecer um contrato feliz de amor e cuidado com outro , ha de se sentir bem consigo. Eu nunca mais na vida estarei bem comigo se não me sentir valorizada pelo que de fato sou e não pelo que oferto. E eu sou muito massa. EU sou afeto, cuidado, pensamento critico, tranquilidade, suavidade e desejo. 

Minhas sombras são infinitamente menos relevante do que meus ventos de carinho. E toda vez que eu me sentir diferente disso eu vou olhar pra onde/quem ta me fazendo sentir menos e vou desviar desse caminho e seguir, meu proposito de construir uma mulher mais saudável e justa comigo mesmo. 

A ultima semana me ensinou muito sobre

como é fácil se perder de si dentro dessa estrutura que funda nossa subjetividade de forma tão pouco generosa conosco. 


tão pouco de vc não me satisfaz,


menos ainda tão pouco de mim


menos, bem menos ainda, tão pouco de nós 

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